Consup da UFCA aprova extinção do curso de História em Icó

O Conselho Superior Pro tempore [CONSUP], da Universidade Federal do Cariri [UFCA], em sessão extraordinária, realizada nesta quarta-feira [20], aprovou a extinção do curso de História, modalidade bacharelado, localizado no Instituto de Estudos do Semiárido [IESA], no campus da UFCA, município de Icó. 

O Grupo Técnico de Trabalho [GTT] que está atuando na questão divulgará, em breve, as atividades que serão desenvolvidas no IESA.

Durante a reunião do Conselho, foi apresentado parecer tratando sobre a situação atual do bacharelado em História. Desde o início das atividades, em 2014, a graduação passou por uma série de dificuldades acadêmicas e administrativas para se manter, como baixa procura, alto índice de evasão e problemas na infraestrutura atualmente disponível. 

O parecer baseou-se em relatório preparado por Grupo Técnico de Trabalho [GTT], composto por representantes da Pró-reitoria de Ensino [PROEN], Pró-reitoria de Planejamento [PROPLAN], Pró-reitoria de Gestão de Pessoas [PROGEP], Comissão Permanente de Pessoal Docente [CPPD], servidores técnico-administrativos e docentes do IESA.

Em fevereiro de 2016, o CONSUP já havia suspendido a oferta de vagas para o curso de Bacharelado em História, no campus Icó, devido às condições apresentadas. Oito meses depois foi aprovada a abertura do processo de extinção de História, após relatadas as condições insuficientes de manutenção do curso.

DIFICULDADES E TENTATIVAS - A baixa procura e a evasão foram os problemas apresentados logo na abertura do curso. A primeira entrada de estudantes ocorreu em 2014.2. Das 50 vagas disponíveis, apenas 23 foram preenchidas, mesmo após três reclassificações e chamadas pelo Sistema de Seleção Unificada [SISU]. O baixo número de adesões já preocupou de imediato o colegiado.

De acordo com o relatório apresentado pelo GTT, ao identificar o problema, os professores logo se mobilizaram para divulgar o curso junto às escolas de ensino médio da região e explicar sobre o SISU. A mobilização surtiu efeito na segunda entrada, mas não foi suficiente para o preenchimento total das vagas: 45 matrículas foram registradas.

Em Icó, os docentes e a Gestão da UFCA também buscaram atuar na aprovação de projetos e concessão de bolsas para os estudantes. Do tempo de criação até 2017.2, os sete professores do IESA - atualmente cinco em atividades e dois afastados para qualificação - aprovaram 16 projetos em editais de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura. 

Os 16 projetos aprovados em editais da UFCA, somados aos programas de Iniciação Acadêmica [Pró-reitoria de Assuntos Estudantis], Tecnologia da Informação [Diretoria de Tecnologia da Informação] e Programa de Aprendizagem Prática [Pró-reitoria de Gestão de Pessoas], foram responsáveis pela concessão de 47 bolsas aos estudantes.

Os programas de assistência estudantil também atuaram no campus. Só no ano de 2016, 31 estudantes do curso de História receberam pelo menos um dos vários auxílios [moradia, alimentação, creche, óculos, emergencial, entre outros] concedidos pela Assistência Estudantil, atendendo, dessa forma, às demandas dos discentes em vulnerabilidade social.

Mesmo assim, a evasão permaneceu. Atualmente, 37 graduandos se encontram matriculados no semestre 2017.2, distribuídos nas duas turmas que ingressaram em 2014.2 e 2015.1. Desses, dois já avisaram informalmente à coordenação do curso que vão abandoná-lo. 

De acordo com avaliação do GTT, o alto índice de evasão de estudantes de História reflete, entre outras questões, a não adesão da comunidade de Icó ao projeto do curso, apesar das ações realizadas na comunidade.

Outro problema que dificultou a consolidação do curso de História foi a impossibilidade da alocação de recursos do orçamento da Universidade para investir na infraestrutura do campus da UFCA em Icó. 

Conforme relatório do GTT, desde 2013 a universidade trabalha para garantir, junto ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas [DNOCS] e à Prefeitura Municipal de Icó, a cessão de um terreno para construção do campus. 

Apesar dos esforços da Gestão da UFCA, questões alheias à alçada de decisão da universidade inviabilizaram a resolução da situação no prazo necessário. O atraso levou a UFCA a remanejar os recursos, que poderiam ser inicialmente destinados ao campus Icó, para atender às demandas previstas nos outros campi.

Até 2016, o IESA funcionava em dois lugares, a partir de uma parceria com a Prefeitura: um prédio histórico, que era o espaço administrativo, e a Escola Municipal Lourdes Costa, onde os estudantes assistiam às aulas, apenas no período noturno. 

De acordo com relatório, os espaços não tinham estrutura apropriada para receber o curso. Em março de 2017, a Prefeitura Municipal de Icó locou novo imóvel. No entanto, ainda não é a estrutura adequada, já que foi construída para receber escola de ensino fundamental.

Além dessas questões, devido ao cenário político nacional, de contingenciamento e cortes no orçamento das universidades por parte do Governo Federal, o campus passou a contar com as incertezas orçamentárias. 

Este ano também recebeu visita dos avaliadores do Ministério da Educação [MEC] que, devido às condições apresentadas, não avaliaram bem o curso e estabeleceram compromisso para que os problemas fossem resolvidos. 

Sem a possibilidade de resolução imediata da situação e diante de todo o contexto de tentativas apresentado, a UFCA, por meio do GTT, avaliou que a opção mais viável seria a extinção do curso, com base na autonomia que as universidades têm de criar e extinguir cursos, prevista na Lei Nº 9.394, de 20 dezembro de 1996 [Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional].

Futuro do IESA - CAMPUS ICÓ - De acordo com a Pró-reitoria de Ensino da UFCA, a universidade tem o compromisso de diplomar todos os 37 graduandos que estão matriculados atualmente no curso. 

A PROGEP informou que, em relação aos servidores técnico-administrativos e aos docentes, ainda será definida a lotação de cada um, caso a caso. O curso, no momento, conta com duas servidoras técnico-administrativas e sete docentes.

O campus da UFCA em Icó não encerrará as atividades com a extinção do curso de História . O GTT, junto com a comunidade do município de Icó, avaliará a implantação de novos cursos e modalidades de ensino, de forma a continuar contribuindo com a educação do município e o desenvolvimento da região.

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Publicado por Jornalismo

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