Icó é um dos 10 municípios do CE mais vulneráveis em questões climáticas, agrícolas e assistência social, diz Ipece

O Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará [Ipece] divulgou, nessa quarta-feira [13] o Índice Municipal de Alerta [Ima] – 2017 [janeiro a junho], que procura contribuir como instrumento para identificação dos municípios mais vulneráveis no tocante a questões climáticas, agrícolas e de assistência social. 

De acordo com os dados apontados, o município de Icó aparece em 10º lugar no ranking de vulnerabilidade, com valor de 0,8251 e presente na classe "1", de alta vulnerabilidade. 

Conforme o Ipece, Icó situa-se em uma das regiões que caracterizaram-se, em 2017, pelo baixo índice pluviométrico e elevado percentual de área cultivada com culturas de subsistência, às quais são vulneráveis aos infortúnios climáticos: Centro-Sul, Sertão dos Inhamuns, Sertão dos Crateús, Sertão Central, Vale do Jaguaribe e Cariri.

O relatório destaca que os números apontam para ser "preciso implementar estratégias que permitam o fortalecimento da segurança hídrica, sendo um requisito necessário para a melhoria das condições de bem estar da população cearense, colaborando para o desenvolvimento econômico local e aumento da resiliência em períodos de escassez de água".

Além disso, deve-se verificar na "perspectiva de ser um sistema de alerta para identificar e acompanhar os municípios onde há maior vulnerabilidade climática, agrícola e de assistência social, o IMA objetiva estabelecer um panorama relativo entre os  municípios, visto que, em situação de estiagem prolongada, mesmo aqueles com menores índices, podem se configurar em condição de vulnerabilidade".

O IMA - Os dados mensuram a vulnerabilidade dos municípios cearenses no que tange às questões climáticas, agrícolas e de assistência social, de modo que, analisadas conjuntamente, possam permitir a adoção de ações voltadas para a mitigação dos problemas decorrentes de irregularidades climáticas e da instabilidade econômica e social nos municípios cearenses.

Os números que compõem o IMA são oriundos da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos [Funceme], da Secretaria de Desenvolvimento Agrário [SDA], a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social [STDS], a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará [Ematerce], a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos [Cogerh] e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE].

O IMA é uma importante ferramenta de gestão que o Governo do Estado do Ceará dispõe para identificar quais são os municípios que potencialmente vão ser mais afetados pelas intempéries climáticas e pela falta de recursos hídricos adequados para atender às necessidades da população local. A partir dos resultados obtidos, torna-se, então, possível determinar e dimensionar as intervenções que vão ser adotadas, bem como priorizar os municípios que serão beneficiados.

ÍNDICEO trabalho, de autoria de Cleyber Nascimento de Medeiros e Cláudio André Gondim Nogueira, analistas do Instituto, já pode ser acessado. O Ipece é órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão [Seplag] do Governo do Ceará. O IMA é calculado para os 184 municípios do Estado do Ceará a partir de um conjunto de 12 indicadores.

De acordo com o documento, a quadra chuvosa [meses de fevereiro a maio] no Estado registrou em 2017, conforme informações da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos [Funceme], precipitação em torno da média histórica, detendo um desvio percentual de -7,7 por cento em relação à normal climatológica [1981-2010]. Especificamente, durante a quadra chuvosa foi registrado o total de 554,5 mm de chuvas, sendo que a média se situa entre os limites 505,6 mm [inferior] e 695,8 mm [superior].

No entanto, a recarga ocorrida nos açudes monitorados pela Companhia de Gerenciamento dos Recursos Hídricos [Cogerh], oriunda da quadra chuvosa de 2017, não foi suficiente para aumentar significativamente o volume acumulado de água nos reservatórios, que representa atualmente somente 11,3 por cento da capacidade total de armazenamento do Estado, calculada em 18,64 bilhões de m³, permanecendo assim a seca hidrológica.

O trabalho adverte que, com o fim da quadra chuvosa no mês de maio e com o baixo volume de água armazenado atualmente nos açudes, tem-se a tendência de piora do quadro da seca durante os próximos meses do ano, sobretudo, devido ao fato de que nestes meses não ocorrem chuvas significativas no Ceará. 

Neste contexto, reporta-se que muitas ações estão sendo desenvolvidas visando garantir a sustentabilidade econômica e a segurança hídrica da população no atual cenário de seca, por meio da concepção de políticas públicas emergenciais e estruturantes.

Desse modo, muitas ações estão sendo efetivadas para amenizar os efeitos da escassez hídrica no território cearense, como por exemplo, a construção de barragens e açudes, a instalação de adutoras, a perfuração e instalação de poços, a implantação de sistemas de abastecimento de água, a transposição do rio São Francisco, a integração de bacias hidrográficas por meio do projeto Cinturão das Águas, entre outras ações.

* Com informações do Ipece
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Publicado por Jornalismo

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