Apenas 7% da população de Fortaleza concentram 26% da renda total da cidade, aponta Ipece

Um total de 7% da população total de Fortaleza que vive nos dez bairros mais ricos se apropria de 26% da renda pessoal total da cidade.

A contradição aparece quando 44 bairros de menor renda, somados, apresentam quase metade da população de Fortaleza – 49% – e respondem pelos mesmos 26 por cento da renda. 

É o que revela o estudo IPECE/Informe (nº 42 – outubro de 2012) – Perfil Municipal de Fortaleza – Tema VII: Distribuição Espacial da Renda Pessoal.

Parte da má distribuição de renda tende a se refletir espacialmente nos bairros da capital cearense, uma vez que a decisão dos indivíduos de onde residir está fortemente condicionado à sua capacidade de renda, disponibilização de serviços públicos [educação, saúde, transporte, segurança, comércio, etc.], e oportunidade de emprego, dentre outros. 

O trabalho reforça o relatório das Nações Unidas State of the World Cities 2010/2011: Bridging the Urban Divide, que coloca Fortaleza como a quinta cidade mais desigual do mundo. O estudo do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará [Ipece], que utilizou dados do Censo demográfico 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE], mapeou, segundo o professor Flávio Ataliba, diretor Geral do Ipece, 119 bairros em cinco grupos, com intervalos de R$ 499,99. 

PARADOXOS O Meireles, bairro mais rico da cidade, tem uma renda média 15,3 vezes [R$ 3.659,54] maior que a do Conjunto Palmeiras [R$ 239,25], que ocupa o último lugar [119ª colocação]. O trabalho do IPECE, coordenado por Victor Hugo de Oliveira Silva e que contou com a colaboração de Cleyber Nascimento e Janaína Feijó, “identificou a existência de uma forte concentração espacial da renda média pessoal de Fortaleza”. 

Essa elevada dificuldade – explica Flávio Ataliba – pode ocasionar, dentre outros problemas, a potencialização de tensões sociais, culminando com o aumento da violência, assim como maiores transtornos de mobilidade urbana, já que é natural, nesses casos, o movimento de pessoas de bairros muitos pobres para bairros de nível de renda mais elevado em busca de emprego, renda e serviços. 

* Com informações do Ipece

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Publicado por Jornalismo

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