O Início do Fim*

O candidato Serra deve está se lamentando, em suas noites de insônia, por ter caido no conto do vigário da velha mídia que lhe passou recibo de uma mercadoria que não poderá entregar, mas que foi insistentemente oferecida, sob condições que se desconhecem, entoando aos seus ouvidos o canto de que conseguiria elerger-se com certa facilidade a presidência da república, haja vista enfrentar uma candidata neófita, inesperiente e com um passado político pouco recomendável aos olhos assustados da elite conservadora que via em sua principal oponente defeitos insuperáveis que comprometeriam seguramente qualquer chance de aproximar-se do ideal de alcançar o mais alto posto do executivo.

A certeza da vitória era tanta que ignoraram peremptoriamente os passos do presidente caixeiro viajante que pôs sua preferida a tiracolo e saiu Brasil a fora vendendo a imagem do governo que com extraordinária habilidade realizou. O desprezo com que estavam acostumados a tratar o presidente, ignorando que a popularidade de que goza junto a população seria uma arma mortal, os levaram a substimar a capacidade do presidente de fazer de uma coadjuvante a protagonista da cena principal.

No afã de desacreditar aquela que viria a ser a candidata do presidente, se encarregaram de fazê-la conhecida do grande público trazendo-a aos holofotes das crises artificiais que criaram para exporem-na ao ridículo e mostrá-la como despreparada, maquiavélica, uma mulher ávida pelo poder, sem nenhum escrúpulo, disposta a qualquer ato indecoroso para atingir seus objetivos, como quando a arrastaram para arena da política pequena, acusando-a de gestar na casa civil um suposto dossiê que tinha um ex-presidente da república como alvo principal no episódio dos cartões corporativos, ou ainda quando estamparam em seus jornalões manchetes em tons de escandalização no episódio da demissão da secretária da receita que teria sofrido pressão para aliviar uma fiscalização que estava sendo feita nas empresas do filho do presidente do senado. Até uma audiência que jamais se realizou na casa civil veio para o olho do furacão, tendo uma agenda com datas desencontradas como pano de fundo, num roteiro já manjado e previsível que acabou como tantos outros caindo no vazio.

Não há maiores exemplos de campanha antecipada. Por vias oblíquas, mas campanha antecipada. Campanha negativa daquela que viria a ser a candidata do presidente fora do período eleitoral. Esta campanha negativa, antecipada da candidata do planalto, ajudou a difundir sua imagem. Não como eles queriam, uma vez que o objetivo era ferir de morte a imagem da prospectiva candidata. No entanto, uma a uma, as acusações foram desmontadas e aquela que hoje é a candidata do planalto saiu com sua imagem fortalecida entre o público que forma opinião e que acompanhava estupefato o desenrolar dos acontecimentos de então.

Conquistar o imenso público que não se informa pela mídia partidária de nosso país, seria a tarefa a seguir. Este público é susceptível aos apêlos do presidente porque enxerga nele um igual. Este mesmo público irá decidir as eleições e nada o fará mudar de opinião como mostra os institutos de pesquisas. Diziam que a candidata poste, como a chamavam por puro preconceito e sexismo, não alcançaria o patamar dos vinte pontos percentuais e que o presidente não teria condições de transferir mais do que quinze pontos percentuais de sua alta popularidade. Não foi um qualquer que fez infundada previsão, senão o próprio presidente do IBOPE que agora fujiu da ribalta e anda pelas coxias.

No limiar do programa eleitoral gratuito, Dilma está a cinco pontos percentuais na pesquisa preferida da globo que por sua vez fez questão de preterir os institutos Sensus e Vox Populi e divulgar somente os dados do Ibope e Datafolha, obviamente porque os dois institutos de pesquisa mineiros desde do começo apontava viés de alta da candidata Dilma. O presidente vai ser o garoto propaganda de Dilma em seu programa eleitoral. O noctívago Serra terá muitas noites de insônia pela frente. Seus aliados já o estavam deixando insone.

Em pernambuco, o presidente do PSDB nacional senador Sergio Guerra fechou os olhos para a debandada de dezessete dos vinte prefeitos do PSDB que abandonaram o barco da candidatura de Jarbas Vasconcelos que foi para o sacrifício da humilhação para oferecer palanque a Serra.

Em Manaus Arthur Virgílio se aliou a Alfredo Nascimento, ex-ministro dos transporte do governo Lula, na tentativa de dar sobrevida a sua natimorta candidatura ao senado. No Rio grande do Norte, embora estaja na frente com boa margem , a senadora Rosalba e o ferrenho opositor de Lula Agripino Maia, escondem que são apoiadores de Serra.

Nas minas gerais o material de campanha da dupla Aécio-Anastasia não tem a foto de Serra, o mesmo no Ceará de Tasso-Cals. No Brasil inteiro este fenômeno tem se repetido, segundo o diário de Serra: a Folha de São Paulo, para os íntimos a Folha tucana. É o início do fim.

*Texto de Kid Jansen de Alencar Moreira.
Publique no Google Plus

Publicado por IN

This is a short description in the author block about the author. You edit it by entering text in the "Biographical Info" field in the user admin panel.
    Comentar no Site
    Comentar usando o Facebook

3 comentários :

Ed Cunha disse...

PARABÉNS PELO TEXTO.

Dr Matheus Cândido Meneses disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Que bom o Icó é Notícia voltou. Estava com saudades das postagens aqui nesse espaço. Sempre posto textos desse site no meu blog porque sei que junto com o meu espaço são os únicos meios de comunicação online da cidade de Icó, que está com o povo e diz a verdade.
Aproveito o momento para elogiar o brilhante texto exposto acima, de autoria de Kid Jansen de Alencar Moreira. Muito bom mesmo. Estar de parabéns pelo conteúdo expresso nele.

Voltaire Farias Xavier
Jornalista