Literatvs - Junqueira Freire: Soneto

Arda de raiva contra mim a intriga,
Morra de dor a inveja insaciável;
Destile seu veneno detestável
A vil calúnia, pérfida inimiga.

Una-se todo, em traiçoeira liga,
Contra mim só, o mundo miserável.
Alimente por mim ódio entranhável
O coração da terra que me abriga.

Sei rir-me da vaidade dos humanos;
Sei desprezar um nome não preciso;
Sei insultar uns cálculos insanos.

Durmo feliz sobre o suave riso
De uns lábios de mulher gentis, ufanos;
E o mais que os homens são, desprezo e piso.

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* Texto escrito por Luís José Junqueira Freire (*Salvador, 31 de dezembro de 1832; +Salvador, 24 de junho de 1855). Sua obra lírica, da época do Romantismo, divide-se em religiosa, amorosa, filosófica, popular (ou sertaneja) e alguma poesia social, de tom declamatório, precursora de Castro Alves. Texto colhido no Jornal da Poesia.
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Publicado por Jornalismo

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