Rio Salgado – suas agruras... *

Escutem meu relato:
Há anos eu nasci no Crato,
com status celibato.

Ligeiro feito gato,
correndo atrás do rato,
percorri o mato...

Desenhei o meu formato...
Cumpri meu estrelato...
Hoje o homem muito ingrato,

perigoso feito cianato,
algoz, egoísta, insensato,
usando um autocontrato,

um verdadeiro estelionato,
ao chegar aqui, de imediato,
cortou meu cabelo nato,

retirou o meu contato...
Eu ali estupefato,
repleto de carbonato,

lixo, nicotina, mertiolato,
alcatrão, metacrilato,
naftalina, creolina, nitrato,

derramado pelo patronato,
em afluente e correlato,
quase morri antes do trato.

Resolvi mudar meu fortunato...
Estou enfrentando meio putrefato...
Aguardo atônito meu ultimato...

Apesar de todo este retrato...
Eu afronto ao mandarinato...
Embora não tendo mandato,

eu sou forte, eu combato.
E ainda resisto ao mau-trato,
existo, às duras penas, de fato.


___________________
* Poesia escrita e enviada por Arimatéia Macêdo – www.arimateia.com
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Publicado por Jornalismo

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