Repúdio aos administradores do Icó‏ *

Enquanto eu e vários outros icoenses nos esforçamos para mostrarmos as coisas boas e belas dessa cidade centenária, nos envergonhamos ao acessarmos este conceituado jornal, e sabermos do descaso dos homens públicos que hoje administram essa cidade.

Não dá para aceitarmos que uma cidade como o Icó, viva nesse marasmo secular. Mesmo distante de minha terra natal, mas não posso deixar de expressar o meu repúdio, pois entra prefeito e sai prefeito, em um rodízio familiar e oligárquico, e o desenvolvimento dessa cidade anda a passos de tartaruga, ou quem sabe já esteja mesmo em seu estágio letárgico.

Para resumir um pouco da política icoense; dizem os mais velhos que o atraso de Icó, começou com o Dr. Ilídio Sampaio, quando não aceitou que a estrada de ferro passasse na cidade, para não trazer concorrentes aos seus negócios (não sei se é verdade, só ouvi falar). Um outro fato que atrasa até hoje, é a sucessão ocorrida no âmbito familiar, onde as famílias poderosas sempre estiveram à frente do poder e nada trouxeram de mudança para essa cidade.

Vamos recordar um pouco as administrações icoenses, e quais os benefícios que elas trouxeram. Vou falar desde quando comecei a entender um pouco a vida. Lembro-me muito vagamente do mito Dr. Newton Fernandes, o qual era venerado pela minha avó – Cecília de Júlio. Mas mesmo depois de entender melhor as coisas, não encontrei no Icó, algo deixado pelo referido mito, como obra estruturante para a cidade (se alguém souber relacione nesse jornal, pois gostaria de saber).

Agora sim; a partir daqui lembro-me muito bem, e com riquezas de detalhes – 1976, nesse ano foi eleito prefeito Dr. Quilon Peixoto e tínhamos como deputado estadual José Walfrido. Essa administração, ela pode ser comparada um pouco com o getulismo, pois foi muito populista, mas a cidade esquecida de desenvolvimento, algumas obras, trazida pelo então deputado, que gozava de relevante prestígio junto aos coronéis da época – Virgílio Távora e Adalto Bezerra.

Acompanhei também a eleição de Aldo – 1982, onde novamente, dessa vez com uma votação nem tanto expressiva, elegia-se deputado estadual seu José Walfrido Monteiro. Um administração marcada pelo alto senso de organização e burocracia – até mesmo para falar com o prefeito.

Mais uma vez a cidade ficou órfã de obras estruturantes, mesmo tento o prefeito sido eleito para presidir a Associação dos Prefeitos do Ceará, embora tenha prestado alguns serviços relevantes a cidade, mas poderia ter feito mais, pois tinha que implorar ao irmão por mais verbas. Sofreu um abalo inesperado, a perda do irmão no primeiro ano de mandato, quando o mesmo acabara de se tornar vice líder do governo Gonzaga Mota.

Hoje nos deparamos com a mesma situação, quando da eleição de Aldo. A cidade tem o prefeito e o deputado estadual, sendo irmãos. Não podemos aceitar, que essa cidade morra no ostracismo, enquanto os homens públicos, constituídos por vocês eleitores de Icó, brinquem de administrar uma cidade. Se você parar um pouco para pensar, não precisa ser um doutor e m administração para fazer diferente do que eles estão fazendo. Por que essa cidade ainda não tem um Campus da UFC ou UECE.

Por que essa cidade ainda não criou um plano revitalização do centro comercial, tentando assim atraí mais investidores e com eles mais tributos – ISS. Por que os administradores ainda esperam todos os anos as enchentes, para desabrigar os mais carentes que moram nas áreas mais baixas da cidade, quando já deveriam terem um projeto para a construção de uma barragem no rio Salgado, onde seria evitado o problema das enchentes e havia geração de renda para as famílias ribeirinhas, com a implantação de um Projeto Cinturão Verde, onde a água da barragem seria utilizada para a plantação de frutas e verduras, deixando assim de importar de Tianguá, o que baratearia o preço para a população e também utilizar a barragem para a psicultura. Teríamos ainda a barragem no rio Salgado como ponto turístico.

O que está faltando para que os administradores busquem trazer indústrias para se instalarem na cidade, já que a localização é bem favorecida fazendo divisas com vários estados do nordeste, além de ser um grande entroncamento para outras regiões do país.

Longe de mim tentar ensinar a esses administradores, mais acho que a questão não que eles não saibam, mas é não querer; pois uma vez a população esclarecida, bem remunerada, bem alimentada, com a auto-estima elevada, eles não terão mais os pedintes em suas portas e não terão mais o domínio sobre esses votos (voto de cabresto).

O que está precisando ser feito, e com urgência na política local é uma união daqueles que tem projetos, planos e metas para a cidade, tentar esclarecer a população do que precisa ser feito. Outra coisa inadmissível é o aluguel da cidade à vários deputados.

Seriam composta uma chapa com todos os partidos, onde dessa união sairia o prefeito, o vice, o deputado estadual, o presidente da câmara (vereador) e por que não um deputado federal. Mais teria que ser acordado que nenhum homem público ou de influência política do Icó, pediria voto para outro deputado de fora.

Passada aquela legislatura, diante de uma avaliação do componentes dessa união e da população, dependendo principalmente da avaliação da população, seriam composta uma nova chapa em consenso, que tivesse um único objetivo, promover na velocidade da luz, o desenvolvimento do Icó.

Sei que posso está sendo utópico demais, mais nada é impossível. O estado do Ceará, sofria esse mesmo descaso, quando era administrado através de um rodízio do coronéis. A administração Tasso e Ciro mudou completamente o estado, tornando-o desenvolvido e com grandes potencialidades, mas para isso foi deixado de lado o interesse de projeção pessoal, mesmo não tendo aniquilado de vez o enriquecimento ilícito de alguns.

Espero que os homens e mulheres do Icó não façam como a parábola do sapo fervido, mãos à obra, vamos a luta, nossa cidade urge por desenvolvimento, não podemos aceitar os desmandos atualmente estabelecidos dentro do poder público municipal.

É inadmissível um pai de família trabalhar e no final do mês não receber seu justo salário. É inadmissível uma cidade como essa viver única e exclusivamente do Fundo de Participação dos Municípios, quando tem potenciais para dá uma vida digna a sua população.

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* Texto escrito e enviado por Damião Diniz – Teresina(PI), 25 de maio de 2009

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Publicado por Jornalismo

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