O clima de emoção tomou conta dos fiéis católicos que fora à missa dominical na Igreja Matriz de São Gonçalo do Amarantem, em Umari. Essa celebração foi a primeira após oa triste situação da destruição de 18 imagens, três delas reliquias do Século XVIII, e ainda quadros da via crúcis.
" DESTRUIÇÃO DE IMAGENS - Fiéis se emocionam na missa
A paróquia de Umari vai fazer concelebração de desagravo à destruição das imagens, com data ainda a ser marcada
Umari. Os católicos desta cidade, a 405Km de Fortaleza, participaram, ontem, pela manhã e à noite, das missas dominicais, celebradas na igreja matriz de São Gonçalo do Amarante. Foi o primeiro encontro dos fiéis após a destruição por parte da professora Maria Leite Araújo Brasil (Vera) de 18 imagens de santos e de sete quadros da via-sacra, ocorrida sexta-feira passada. O fato causou indignação entre os moradores. Alguns choraram e se abalaram emocionalmente.
Vera Brasil com uma pedra de calçamento na mão entrou na igreja matriz por volta de meio-dia da última sexta-feira e conseguiu destruir um conjunto de imagens e quadros. Só parou com a chegada de dois policiais militares, que a levaram presa. Foi autuada em flagrante por crime de dano e violação de templo religioso.
De acordo com parentes e vizinhos, nos últimos dias, Vera Brasil estava mais perturbada e abalada emocionalmente. Separada do marido, ela mora com a mãe, a aposentada Antônia de Araújo, 81 anos, e com a filha adolescente, Lairan Kéria, numa pequena casa da periferia da cidade. “Depois da separação minha filha ficou doente e ela precisa é de ajuda, de um tratamento”, disse. “Aquela cadeia não é lugar para ela”.
As dificuldades financeiras da família, os constantes conflitos e a falta de assistência médica especializada na cidade dificultam o tratamento. “No dia que ela quebrou as imagens fui atrás de um médico, ex-prefeito, no sítio dele, para pedir dois comprimidos para dar a minha mãe, mas não consegui e quando voltei, soube do que aconteceu”, contou a filha.
A mãe de Vera espera que um advogado consiga soltar a filha e que pessoas possam ajudar no tratamento. “Ela sofre de depressão, está perturbada”, disse Antônia de Araújo. Os policiais militares também afirmam que Vera apresenta doença mental e são contrários à permanência dela na cadeia.
Vera Brasil concluiu o curso médio em pedagogia e era professora da rede municipal de ensino. Após a separação matrimonial, começou a dar sinais de distúrbios mentais. Os vizinhos contam que é uma pessoa boa, inteligente, mas agitada.
Na cadeia na cidade de Icó, a mulher mostrou preocupação com os jovens que usam drogas, sofrem de exploração sexual e disse também que a casa dela não é boa, pois há conflito com a mãe e a filha.
O pároco da igreja matriz de Umari, José Luismar Rodrigues, que há sete anos está à frente da paróquia, disse que vai manter a rotina da igreja. “O templo vai permanecer aberto, como de costume, para os fiéis rezarem”, explicou.
“Já comuniquei o fato à diocese do Crato”. O padre disse que acontecerá uma concelebração de desagravo à destruição das imagens, com data ainda a ser marcada. O sacerdote não permitiu ser fotografado, e nem os funcionários da paróquia, que o acompanhavam.
O padre José Luismar informou que pretende procurar um especialista para a restauração de três imagens de madeira em estilo barroco, do século XVIII, de Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora da Conceição e Santo Antônio de Pádua, danificadas parcialmente.
Honório Barbosa
Repórter "
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