MATADOURO DE ICÓ DEVE SER FECHADO*

Bertolt Brecht um dia definiu que o pior “analfabeto é o analfabeto político”. Pois, ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos. Não se preocupa com o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do remédio, que dependem das decisões políticas.

Pois bem, passado estes prolegômenos, que fiz questão de parafrasear, em 1992, resolvi entrar para a vida pública.

Mas antes explico. Todo jovem tem em si a rebeldia de querer consertar o mundo, por suas razões, por seu sentimento do “politicamente correto”. À época, com pouco mais de 20 (vinte) anos, entendia, em tese, no meu juízo que todos estavam errados e, eu claro, seria o correto.

Num jantar na residência do então Deputado Estadual Antônio Câmara, ao lado de diversos parlamentares, em 1990, resolvi criticar a postura dos políticos, precisamente os que faziam a Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, pois, a maioria entrava calado e saia mudo.

Daí, no meio da boa discussão, de bom nível e de forma ampla, o então Deputado Nilo Sérgio, de Várzea Alegre, não se intimidou com a situação e perguntou: o que você jovem que tanto faz críticas aos políticos, está fazendo para mudar a situação do Ceará, do Brasil, do Icó?

Pergunta simples, para resposta obvia: nada.

Não que precise ser candidato a qualquer mandato eletivo, para dá sua contribuição à sociedade. Às vezes, o fazemos até melhor sem a necessidade de ser vereador, deputado, prefeito, etc.

Mas, infelizmente, a luta por melhores dias, de forma isolada, tendo em vista o medo da maioria em espernear os seus direitos, os seus queixumes, torna-se uma “folha diante de um furacão”.

Hoje, não exerço qualquer mandato eletivo. Nas funções que desempenhei, vereador e vice-prefeito em duas oportunidades, registro sem modéstia, que o fiz muito atuante.

Porém, confesso que não consigo ser somente eleitor, cidadão que paga impostos, vai e volta do trabalho, faz a feira, beija a esposa e os filhos, vira e dorme.

Como seria fácil ser analfabeto político em Icó, sem ganhar malquerenças de ninguém, sempre dando o silêncio como resposta ou apenas aplaudindo as “autoridades’” e quem do poder delas se locupleta.

Esta salada de verbos que escrevo, é para informar que protocolei no Ministério Público de Icó e, na SEMACE, em Fortaleza, REPRESENTAÇÃO com PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS, com trinta e duas fotografias atualizadas do local, para o fechamento imediato do Matadouro Público de Icó, apelidado de “lixão”, responsável pelo abate de carnes em nosso torrão.

O Matadouro Público de Icó é um atentado a saúde pública dos icoenses, fere todas as regras da Organização Mundial de Saúde – OMS.

Não espero e nem quero, um dia no futuro por esta atitude, o reconhecimento do meu povo, até porque, estou cuidando também da saúde dos meus.

Até breve!
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* TEXTO ESCRITO POR FABRÍCIO MOREIRA DA COSTA
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Publicado por Jornalismo

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