
Em um ranking de 92 países do mundo, apenas El Salvador, Venezuela e Guatemala apresentam taxas de homicídio maiores que a do Brasil [44,2 casos em 100 mil jovens de 15 a 19 anos].
Todos os três países têm economia menor que a brasileira, atualmente a 6ª maior do mundo [segundo o Produto Interno Bruto], não dispõem de um sistema de proteção legalizado como o Estatuto da Criança e do Adolescente [com 22 anos de existência] nem programas sociais com o número de beneficiários como o Bolsa Família [que entre outras contrapartidas orienta o acompanhamento da família matriculando os filhos na escola e mantendo em dia a vacinação].
ALTOS NÚMEROS - As elevadas taxas de homicídio, segundo o coordenador do estudo, o pesquisador argentino Julio Jacobo Waiselfiz, mostram uma triste realidade: o Brasil e os países da América Latina são sociedades violentas. Segundo o pesquisador, o crescimento dos dados aapresentou uma boa notícia: a melhora da cobertura médica legal.
O pesquisador destaca que as autoridades também têm culpa em um processo delicado, que funciona como um dos motores da perpetuação da violência, a culpabilização das vítimas. “Mulheres, crianças e adolescentes são muitas vezes culpados pelas autoridades por estarem expostos a situações de violência. Quando o Estado o faz demonstra ser tolerante a essas situações”, explica.
Os dados analisados [relativos a 2010] também verificaram que a violência não se distribui de maneira uniforme pelo país. O etado de Alagoas, com a maior taxa de homicídios [34,8 homicídios para cada 100 mil crianças e adolescentes], é dez vezes mais violento que o Piauí [3,6 casos]. Maceió é capital mais violenta [com 79,8 homicídios].
As estatísticas indicam ainda a concentração da violência em 23% dos municípios brasileiros [quase 1,3 mil cidade]. De acordo com o Mapa da Violência, 4.723 municípios não registraram nenhum assassinato de criança e adolescente em 2010.
Entre outras causas “externas” de morte [diferentes das mortes naturais causadas por problemas de saúde], o relatório chama a atenção também para as mortes no trânsito. Entre 2000 e 2010, a taxa de mortalidade de jovens de 15 a 19 anos no trânsito cresceu 376,3% [de 3,7 para 17,5 casos em 100 mil].
* Com informações da Agência Brasil
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