Ainda namorados

Namorado, hoje em dia, tem o status do noivo de antigamente. Isso porque a maior parte das pessoas já não namora, fica. Moderno é o ficante ou, como disse uma das minhas clientes, o “ficante oficial”, pois fidelidade é coisa do passado.

Assim, existem os preferidos e os preteridos no rol de pessoas ficantes. É até gozado, e seriam realmente cômicos se não fossem trágicos, esses episódios protagonizados pelos nossos jovens e
adolescentes.

Não é que eu queira dar uma de chata ou careta, mas no meu tempo de juventude sabia exatamente para quem comprar o presente do dia dos namorados, e comprava apenas um presente. Atualmente, os ficantes são tantos que a lista de presentes é imensa, com um especial para o oficial, é claro.

Bem, mas não pretendo me estender acerca desses namoricos modernos, uma vez que com eles tenho pouca familiaridade. Minha intenção é dar uma palavrinha romântica acerca dos verdadeiros namoros, de ontem e de hoje, aqueles que indubitavelmente estão alicerçados em um sentimento mais forte e no desejo de conhecimento mútuo.

Penso que namorar é uma das coisas mais lindas deste mundo. A gente olha pra alguém e imagina que essa pessoa possa vir a ser especial para nós. A gente sonha e fantasia em cima do pouco conhecimento que, paulatinamente vai se tornando cada vez maior e nos dando a certeza de que caminhamos na direção certa.

Um olhar nos aproxima, um sorriso nos encanta, e uma série de acontecimentos vai nos fazendo apaixonar. Você já não é a mesma sem ele. Ele já não é o mesmo sem você. Uma sensação de atordoamento vem toda vez que se imaginam separados. É; parece que o amor está chegando... Vem de mansinho e quando você percebe, tomou conta de todo o seu coração.

Os planos são feitos em conjunto, e sempre levam em conta o bem estar de ambos. A gente quer fazer o outro feliz, e em função disso procura se aprimorar enquanto pessoa. Imaginamos surpresas, bilhetinhos e frases de impacto, coisas para seduzir a pessoa que amamos.

A gente se interessa em saber tudo sobre o outro: o que gosta; comidas preferidas; temas de interesse; ritmos musicais que encantam; brincadeiras que divertem; enfim, formas de perpetuar um sorriso no rosto da pessoa mais especial que encontramos.

Com o passar dos anos, vamos nos tornando íntimos e conseguimos dizer frases inteiras juntos e ao mesmo tempo; é incrível. Nem conseguíamos supor tamanha sintonia de pensamentos e opiniões.

Percebemos que estamos ficando ou éramos muito parecidos, apesar das diferenças. Notamos que a base é a mesma, nossos valores são semelhantes, e é isso que nos aproxima sobremaneira. Gostamos de crianças, da natureza, do entardecer no campo.

Começamos a acreditar que seria maravilhoso poder ficar lado a lado por mais tempo e dividirmos nossos anseios e expectativas acerca da vida. Fazer compras juntos é algo que nos dá prazer e nos ensina a abrir mão do que não é possível no momento.

Imaginamos como seria bom constituir uma família da gente, ter nossos próprios filhos para poder educá-los ao nosso modo. Resolvemos nos casar não num impulso, nem por interesse ou atração física, mas devido ao nosso verdadeiro amor. Ainda hoje, estamos juntos. É... Alguns “detalhes” fazem toda a diferença!


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* Texto escrito e enviado pesla escritora Maria Regina Canhos Vicentin [E-mail: contato@mariaregina.com.br - Site: www.mariaregina.com.br.]
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Publicado por Jornalismo

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