Icoenses que fazem história - Constantino Gomes de Matos

Constantino Gomes de Matos foi o primeiro pároco de Pacoti,
localizada na região Norte do Ceará,



A "Princesa dos Sertões" era testemunha do nascimento, em 3 de novembro de 1844, de Constantino Gomes de Matos, filho de Francisco Gomes de Matos e Maria Cândida de Matos. Sua marca na história levando o nome de sua terra passaria entre a religião e o jornalismo, suas duas paixões.

A concretização destas assertivas inicia-se com sua ordenação como sacerdote no Seminário de Fortaleza, em 1868, aos 24 anos de idade. Contudo, sua passagem na capital alencarina tornar-se-ia rápida, em virtude de sua transferência, por motivo de saúde, de sua residência para o estado de São Paulo, entre os anos de 1873 a 1881. Neste período, foi vigário de Limeira, pro-pároco de Campinas e vigário de Atibaia.

Não demoraria para retornar ao Ceará, tornando-se Cura da Sé de Fortaleza e, posteriormente, vigário da Pendência. Nesta época foi nomeado o Bispo da Diocese do Rio Grande do Sul, através do decreto de 13 de abril de 1889, mas declinou da honraria, permanecendo nas terras cearenses.

PERNAMBUCO E MUDANÇAS - A não ida ao Sul do Brasil não impediria, entretanto, de fazer suas viagens de cunho religioso. Iniciou seu périplo mudando-se para Pernambuco, onde encontrava-se a maior parte de sua família. Na ocasião, foi nomeado visitador das diversas Ordens Religiosas naquele Estado. além disso, seria capelão dos Azilos de Alienados e de Mendicidade.

Retornando ao Ceará, decidiu residir em Quixeramobim, no Sertão Central, mas por pouco tempo. Regressou novamente à Fortaleza, sendo escolhido o para substituir a Monsenhor José Teixeira da Graça no Curato da Sé.

O estado de sua saúde não lhe permitiu continuar a desempenhar o cargo, e Matos retirou-se para Quixeramobim, depois para sua terra natal, o Icó, e finalmente para Pacoti, na Serra de Baturité, onde fez parte do corpo docente do colégio São Luiz de Gonzaga, de Baturité.

Constantino foi o primeiro pároco em Pacoti, segundo constam os documentos locais daquela localidade, nomeado por Ato Provincial de 1º de junho de 1886 e empossado a 13 do mesmo mês e ano.

O JORNALISMO ENTRA NA PAUTA - "Orador sacro de indiscutível talento", segundo relatos da época, a segunda paixão do Gomes ocorreu na capital pernambucana, quando de sua saída das serras cearenses. Em Recife, uniu sua experiência religiosa ao mundo das letras, proporcionando à imprensa católica recifense um valioso auxílio de letramento na publicação da Era Nova, dentre os textos de destaque, uma bela série de artigos sob o título 'Um Século Penitente'.

A passagem pela Imprensa em Recife seria o início. Mudou-se para a Capital Federal, então Rio de Janeiro à época, e fez parte da redação d'A Cruzada. Um dos seus muitos escritos nesse jornal, 'A falsa unidade protestante', ao Sr. Alvaro Reis, redator do periódico Puritano, foi tirado em folheto, pelo editor A. Campos, proprietário do Centro de propaganda católica, Largo da Sé, em São Paulo, e largamente distribuído. Participou ainda da "Ordem” e “Sentinela”, ambos paulistas.

ABOLICIONISMO E HOMENAGEM - Um de seus ideias, a luta na campanha pelo abolicionismo seria travada também nos folhetos jornalísticos. O Padre Constantino colaborou nos periódicos Ordem e Sentinela, de São Paulo, e por algum tempo foi o redator-chefe da Verdade, órgão católico de Fortaleza.

Sua história ficou gravada em registros históricos dos jornais e, principalmente, em sua terra, através da Escola de Ensino Fundamental Padre Constantino Gomes de Matos, localizado na Zona Rural de Icó, no sítio Maracanã. O grupo escolar integra as escolas do Município.

Dentre os trabalhos de Constantino Gomes de Matos, estão:

- O Purgatório (1883);

- O culto dos Santos 1ª parte (1883), Tipografia. Constitucional, Rua Major Facundo 24 e 26, in 8.o de 38 pp.; 2.a parte. 1884, ih 8.° de 66 op. [Publicada nova edição pelas Oficinas dos Padres Salesianos de Niterói];Link
- A Egreja e o Pontificado (1885).Impresso em Paris, França;

- Curso de Religião. Exposição Apologética, Dogmática e Moral da Religião Cristã, tomo 1.°, Fortaleza, Seção de Obras do Cruzeiro do Norte, 1909.

A Capital Federal, Rio de Janeiro, seria a sua parada final, com o falecimento registrado no dia 23 de outubro de 1911, prestes a completar 67 anos de vida, deixando seu nome no livro dos icoenses que fazem história.


* Com informações do Portal da História do Ceará (1.001 cearenses notáveis e Diccionario Bio-bibliographico Cearense), site da Prefeitura Municipal de Pacoti e Ministério da Educação
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Publicado por Jornalismo

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