
São histórias, apresentações e eventos que passaram pelo espaço deste monumento, que é umas adas testemunhas oculares da história cultural de Icó. Um gigante confidente do que se passava desde as primeiras manifestações culturais.
O PIANO TOCA O INÍCIO - Um dos instrumentos mais clássicos e marcantes para o Icó seria o piano. Pedimos licença para Francisco Freire Alemão, chefe da Comissão Científica de Exploração que esteve pelo Ceará em 1859, que escreveu em seu diário:
"[Em Icó] as meninas frequentam colégios, ou casas de ensino: algumas moças tocam, ou aprendem a tocar piano. Há na terra quatro pianos; e parece que se deve sua introdução à família Théberge, cuja mulher e filha (francesas) tocam; e a mulher dá lições. (Alemão, apud IPHAN, 1996).

Mas onde entra o Theatro da Ribeira dos Icós? Já entrou na história. Não fisicamente, claro. As aulas de piano foram precursores para que Pedro Théberge desse início ao Teatro, obra que tinha suas cadeiras feitas de couro, um modo peculiar sertanejo.
Logo após o término da obra, o primeiro espaço cultural fixo construído no Ceará foi utilizado como hospital em virtude da cólera que assolava Icó e Ceará. Após o período negro de mortes diárias em terras icoenses, o Teatro só teria tempos de apresentações e fomentação cultural somente após os anos de 1900.
CULTURA DO SÉCULO XX - O início do século no mundo tinha na "Belle Époque" (1901-1914) como pano de fundo para mudanças que atingiria o Brasil e, inevitavelmente, mas mais tarde, o Icó, em decadência econômica mas com requintes de sua antiga opulência de centro comercial da Província do Siará.
Entre as mudanças, além de tendências, a invenção do telefone, do telégrafo sem fio, do cinema, da bicicleta, do automóvel e do avião inspiravam novas percepções da realidade. E dentro deste contexto, os jovens icoenses viam no Teatro da Ribeira um local especial.

Nesta época, destacavam-se Nilda Peixoto, Walfrido Monteiro, José Walfrido Monteiro, Alto Viana, Orvandil Montenegro, Maria Alencar, Flora Costa, Rita Nogueira Monteiro, Ivan Costa, Leilah Santos, Ozanan, Geraldo Magela, Aldo Monteiro, Almiro Silva e Eduardo Peixoto.
Entre eles, o grupo SincerAtos, e as pessoas "pontos", que ajudavam na hora do esquecimentos dos atores: Almério Silva, Antônio Aquino, Chico Peres, Marina Coelho, Terezinha Ribeiro, Marlene Ribeiro, Mônica Moreira, Inês Moreira, Miguel Picareta, Walter Ribeiro, Tarcisio Acioly, Rita Sobral e Sinhá Monteiro. Entre as primeiras peças que aparecem no equipamento cultural dos Icós está "Essa mulher é minha" e "Deus lhe pague".

Em fins da década de 1970, os palcos reclama por espetáculos e surge o Grupo "Vassouras das Artes", tendo a frente o ator Germano Moreira, o que influenciaria aos dias de hoje, com os grupos "Arte da Ribeira", com o teatrólogo e filósofo Bené Tavares, e "DK Um Sorriso".
FESTICÓS E FESTIVAL DE MÚSICA DE CÂMARA - Não poderíamos deixar em branco festivais recentes que, infelizmente, não tiveram sua continuação e cuidados dos poderes municipais e estaduais. Abaixo destacaremos em tópicos:
* Mostra Estudantil do Teatro Municipal Ribeira dos Icós ___Realizado de 2005 a 2008, sempre no mês de maio, o evento foi conduzido pela Secretaria da Cultura, Turismo e Desporto de Icó, no qual foi iniciativa da Secretaria da Educação Básica, por meio do Crede 17, e da Prefeitura Municipal icoense.
Na ocasião, eram realizados concertos com a presença da Orquestra Eleazar de Carvalho e as escolas dos municípios que compõem a Região Vale do Salgado participavam da Mostra apresentando espetáculos que retratam a realidade de suas cidades.
Entre as músicas, passaram pelo palco as homenagens a Luiz Gonzaga e Ary Barroso e os cearenses Nonato Luiz e Eugênio Leandro. O evento reúne 12 grupos de artes cênicas das escolas de oito municípios da região.

O evento foi implantado pelo Governo do Estado, através da Secretaria da Cultura (Secult), e contava com oficinas das mais diversas, além de oferecer oficinas das mais diversas, possibilitava a apresentação de diversos cojuntos de câmara do Brasil e do exterior. O objetivo era de desenvolvimento das Culturas Regionais, pretende gerar novas oportunidades para a região e sua população através da área musical.
Para a realização do Festival, os recursos advinham do Fundo Estadual da Cultura, ocorrendo no início de janeiro, em 2006 e 2007. Não houve continuidade como prometido e a ideia ficou de lado.

Faziam parte, a cada evento, uma média da 00 artistas e um público de aproximadamente 3000 pessoas, sendo considerado, na época, o maior evento artístico-cultural da Região Centro Sul/Vale do Salgado.
* Janeiro da Música__Ocorrido em apenas uma edição (2008) e com pretensões, sem sucesso, de continuidade, este evento aconteceu nas cidades de Acopiara, Icó, Iguatu, Orós e Várzea Alegre. Objetivava contribuir para a formação musical nos municípios do interior do Ceará.
Da programação, composta de concertos e oficinas de instrumentos e técnicas musicais para alunos de escolas públicas, foi realizado o I Fórum Estadual de Bandas de Música do Ceará, em Icó. O "Janeiro da Música" foi realizado em janeiro de 2008 e transferiria do "Festival de Música de Câmara para julho, fato que não aconteceu.
* Fontes de informação para a pesquisa:
:::: Aprece - Eventos Fixos
:::: Artigo - "Uma princesa 'tombada' às margens do Rio Salgado"
:::: Biografia de Pedro Théberge
::::: Biografia Francisco Freire Alemão
:::: Folha do Salgado - Edição de 30/07 a 12/08 de 2010
:::: Governo do Ceará - Evento 2005
:::: Icó é Notícia - "No Teatro da Ribeira - De Hospital a Casa de Espetáculos"
:::: Icó é Notícia - "Teatro da Ribeira dos Icós no DN - O passado de Nilda Peixoto e Walfrido Monteiro e a programação dos 150 anos"
:::: Wikipédia - "Belle Époque" e "Século XX"
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