São Sebastião na arte barroca icoense *


A arte barroca originou-se na Europa no século XVII. A Itália é o berço das primeiras manifestações barrocas que se propagaram por todo o continente europeu. Veio para o Brasil através da colonização portuguesa e espanhola.

É uma arte cujo propósito é despertar os sentidos emocionais dos seus apreciadores, invés da racionalidade. Usa exageradamente o dourado, as curvas decorativas, o detalhismo das vestes das esculturas e principalmente as fortes emoções faciais das mesmas, que expressam alegria, amor, tristeza e dor.

Em Icó o barroco começou a se manifestar a partir do início do século XVIII, através das primeiras construções Católicas Apostólicas Romanas que marcaram o início da antiga civilização icoense.

Icó foi uma das vilas mais importantes do estado do Ceará e ainda mantém intacto o brasão do império de Portugal. Suas igrejas são belíssimas e expressam as características da arte barroca. Entre seus monumentos podemos citar a Matriz de 1709, edificada sob o túmulo da filha do Barão Francisco Monte Silva, fundador do Icó.

O Santuário do Senhor do Bonfim de 1749. O Santuário da Imaculada Conceição, edificação por volta de 1750, segundo nossos historiadores por membros da Casa da Torre da Bahia. O Santuário de Nossa Senhora do Rosário ou dos ''homens de cor'', antiga capela onde os escravos do Icó antigo praticavam seus atos religiosos, iniciada por volta de 1770 e reformada em 1828.



HISTÓRIA DE SÃO SEBASTIÃO

Segundo Santo Ambrósio, São Sebastião pertencia à primeira coorte pretoriana durante o reinado do Imperador Diocleciano em Roma. Período onde predominava a crença nos deuses da mitologia grega.

Nesta época a prática do cristianismo era crime, sendo severamente punidos os praticantes da Igreja de Cristo. Vindo de uma família cristã, Sebastião era caridoso e mostrava o Deus verdadeiro aos encarcerados do império e por volta do ano de 286 foi descoberto e denunciado.

Levado ao julgamento confessou perante toda a guarda que era cristão, negando a crença em outros deuses. Condenado pelo crime de traição a pátria foi despido e amarrado em uma árvore, fuzilado por flechas pontiagudas que transpassaram o seu corpo em agonia.

São Sebastião sobreviveu ao martírio, encontrado com vida por mulheres que cuidaram de seus ferimentos, entre elas estavam Santa Irene. Recuperado ele decide se apresentar novamente ao Imperador Diocleciano, pedindo-lhe que cessasse com a perseguição aos cristãos.

Diocleciano não escutou seus apelos e ordenou aos guardas que açoitassem São Sebastião até a morte. Logo após, o valente jovem cristão foi degolado e seu corpo jogado ao esgoto de Roma, para que sua existência fosse esquecida. É venerado pela Igreja Católica Romana e pela Igreja Católica Ortodoxa.

A paróquia do Icó festeja São Sebastião no distrito de Lima Campos, onde contamos com uma imensa multidão que celebra o santo martirizado, entre muitos do cristianismo. O dia de São Sebastião é 20 de janeiro, dia em que o mesmo passou pelo martírio segundo o catolicismo.



Imagem de São Sebastião em madeira policromada da Matriz da Expectação de Maria em Icó. Obra barroca e um dos símbolos que marcaram o início da civilização e catolicismo icoense, presente em um belo altar localizado no interior da primeira edificação do município do ano de 1709.


UM POUCO MAIS DAS CARACTERÍSTICAS DO BARROCO ICOENSE


Santa Ana ou Senhora Santana. Mestra, mãe e educadora da Virgem Maria
Obra barroca em madeira policromado do século XVIII



Cristo ressuscitado. Obra em madeira policromada do século XVIII



Cristo Bom Pastor e características do estilo barroco
Obra do Cristo em madeira policromada do século XIX




ANEXO


São Sebastião de Hendrick Brugghen


___________________
* Fotografias e texto escrito por Luan Sarmento, no blog Icó Arte Barroca


** REFERÊNCIAS

LIMA, Miguel Porfírio de. Icó em fatos e memórias. Icó: v. 2, 1998.

ALVES, José Benedito. Os Santos de cada dia / José Benedito Alves. - São Paulo: Ed. Paulinas, 1990.

PRESTES, Maria Luci de Mesquita. A pesquisa e a construção do conhecimento científico: do planejamento aos textos, da escola à academia. - 3. ed., 1. reimp. - São Paulo: Rêspel, 2008. 260 p.; 30cm.

BIBLIOTECA DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO. História do Brasil. História Geral. História da Arte. Ed. Didática Paulista. São Paulo.
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Publicado por Jornalismo

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