A Bala de Prata‏*

Vai começar o horário eleitoral gratuito de rádio e televisão. Até aqui o roteiro traçado pelo presidente Lula para sua candidata Dilma, saiu-se melhor do que o figurino. Alçou uma desconhecida para o topo da disputa presidencial, com dados da última pesquisa Ibope apontando vitória no primeiro turno, ainda que dentro da margem de erro.

Nem mesmo a candidatura de Marina Silva que era fator de desequilíbrio que beneficiava José Serra, parece não ter o peso que se imaginava. As eleições se encaminham inexoravelmente para um desfecho logo na etapa inicial, sem ser preciso uma segunda peleja. Os candidatos "nanicos" que juntos poderiam obter uma soma de pontos percentuais nas pesquisas que poderiam influir de modo a garantir uma segunda etapa nas eleições, sequer pontuaram no último Ibope. Assim, a candidata Dilma navega em céu de brigadeiro. À menos que uma guinada de trezentos e sessenta graus aconteça, o curso do rio seguirá inalterado. Agora Serra joga todas suas fichas no programa eleitoral gratuito.

A julgar pelo retrospecto das últimas cinco eleições presidenciais, as perspectivas de Serra são desalentadoras. Em apenas uma houve reviravolta no favoritismo do candidato que chegou ao horário eleitoral gratuito à frente nas pesquisas no mês de agosto. Justamente a eleição de 94. Naquela ocasião Fernando Henrique Cardoso conseguiu reverter o favoritismo de Lula durante o horário gratuito de rádio e televisão vencendo no primeiro turno. A estabilização da moeda, por meio do plano real foi decisiva para vitória de FHC.

Nas eleições de 2002 Serra era continuidade, Lula a mudança. Prevaleceu o desejo da maioria de mudar. Agora Serra é a mudança, Dilma a continuidade. Todos levantamentos feitos pelos quatro principais institutos de pesquisas, com pequenas variações, indicam que o eleitor deseja continuidade e não mudança. Este cenário parece cada vez mais consolidado. O pior dos mundos para Serra começa agora quando entrará em campo de corpo e alma o presidente Lula pedindo abertamente para o eleitorado votar em Dilma.

A participação do presidente, sem as amarras da legislação eleitoral, dirá se Lula será preponderante ou não para mudar os votos dos que ainda estão indecisos, captar os votos daqueles que dizem votar em seu candidato, mas ainda o desconhecem, e trazer para Dilma os votos de alguns que apontam Serra como seu candidato, além de demonstrar até onde vai sua capacidade de transferir votos para Dilma. Pouco ou quase nada resta a Serra. O discurso incoerente que vem adotando só o faz cair na preferência do eleitorado. A militancia ativa pró-Dilma que usa as redes sociais, é uma pedra em seu sapato. Se diz que é o pai dos genéricos, logo é desmentido na internet. Uma simples pesquisa no google é suficiente para demonstrar que Jamil Hadad e não ele foi o precursor desses medicamentos. Recentemente também afirmou que tinha criado o FAT. Imediatamente foi desmentido. Disse que construiria quatrocentos quilometros de linhas de metrô nas capitais brasileiras se viesse a ser eleito. Até o governador de São Paulo, Alberto Goldman, corregilionário de primeira hora admitiu que Serra exagerou. Durante seu governo em São Paulo não construiu vinte por cento do que promete para o resto do país.

O que se espera até o fim do horário eleitoral gratuito é que um grande escândalo venha à tona para que a eleição seja levada a um eventual segundo turno. A bala de prata ansiosamente aguardada por Serra. Como disse Ciro Gomes, "Serra em uma campanha eleitoral é certeza de baixaria".

*Texto escrito e enviado por Kid Jansen de Alencar Moreira.
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