Petróleo e alimentos devem ser foco do Nordeste

Para conseguir quebrar o ciclo da desigualdade regional, o Nordeste precisa acompanhar a nova estrutura produtiva brasileira, renovando o foco de sua economia. Isso significa se inserir nas novas oportunidades que surgem na área de petróleo e gás e fortalecer a produção de alimentos, por exemplo. É o que acredita a economista e ex-diretora da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Tânia Bacelar, que tratou ontem dos desafios e projetos estratégicos para a região durante o XVI Fórum BNB de Desenvolvimento. "O Nordeste tem que participar do que vai ser relevante no futuro do Brasil. O primeiro momento do desenvolvimento foi quebrar a inércia. O segundo momento é: qual a nova estrutura produtiva que a gente quer no Nordeste? E aí, tem que olhar pro Brasil. Pra onde é que vai o Brasil?", avalia a economista.

Ela destaca como uma das principais promessas para a economia nacional a área de petróleo e gás. "Nas próximas décadas, esse vai ser um setor importante na economia brasileira? Quando eu vejo a tabelinha do BNDES, eu digo que sim. É o setor que lidera os investimentos. A gente trouxe uma refinaria para a região. Vai ficar nela? E o Brasil está dizendo que vai usar o petróleo pra dinamizar a indústria. E a indústria associada ao petróleo? A fornecedora desse setor e derivada dele: vai ficar aonde?", provoca.

Ela também ressalta que o Brasil vem se consolidando cada vez mais no mercado internacional como um grande produtor de alimentos. Tânia defende que o Nordeste intensifique também o desenvolvimento desse setor. "Temos que estar nesse debate. Investir no agronegócio, mas não só nele, na agricultura familiar, porque ela aqui no Nordeste é muito mais pesada do que no resto do País". A economista defendeu ainda a política de transferências financeiras à região como um fator importante para o seu desenvolvimento.

"Essa visão de que transferência não gera economia é uma farsa. O Nordeste mostrou que isso é falso. Você gerou economia local. Nos municípios pequenos que não têm base econômica, você traz uma renda significativa e permanente. Isso melhora a bodega da esquina, a feira, isso é economia. Agora, uma economia numa escala pequena. Mas quebrou a inércia". Ela pontuou a vinda de grandes empresas como resposta a uma nova realidade regional. "Eles vieram pelos belos olhos do nordestino, ou porque ele está consumindo mais? As grandes redes de supermercado cresceram no Nordeste por quê? Essa transferência de renda dinamizou o consumo, e isso atrai investimentos", completa.

A economista defende o desenvolvimento da região como um desafio brasileiro, em primeira instância. "Eu acho que no que o Brasil mudou pra melhor, foi melhor para o Nordeste. O País mudou desconcentrando renda. O grande desafio do Brasil é manter um padrão de crescimento novo, e é isso que está chamando a atenção do mundo. O mundo está aumentando o desemprego, e a gente está diminuindo; o mundo está com dificuldade de criar emprego formal, e a gente está criando empregos formais", opina Bacelar.

Fonte: Diário do Nordeste.
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Publicado por IN

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