O texto desse título poderia bem ser aquelas estórias que se encontram em livros ou até em cordéis do nosso Nordeste, mas refletem o recente caso decidido pela Supremo Tribunal Federal (STF).
A notícia da semana e que ainda está sendo "digerida", por conta do seu resultado para a realidade, afetará uma profissão consolidada.
O STF decidiu pelo fim do diploma do jornalismo e reacendeu uma mostra de como anda o judiciário brasileiro, com suas visões ultrapassadas e encoberto por interesses e dinheiro.
A alegação de Gilmar Mendes, que conduziu a este resultado, mostra a fragilidade de sua argumentação e da inocência (será inocência?) com que trata o STF de questões mestras para a sociedade.
Confundir liberdade de expressão com o exercício da profissão de jornalismo foi demais, até para os desavisados. E agora, vamos nos debruçar um pouco só para refletir sobre este caso e suas consequências:
LIBERDADE DE EXPRESSÃO E JORNALISMO - Desde o surgimento da imprensa, a participação da população (a liberdade de expressão) passou por altos e baixos, no Brasil e no mundo. Porém, no caso particular do território brasileiro, essa situação estava e está em constante crescimento, com a possibilidade de publicação de artigos, crônicas, cartas, sugerindo pautas para matérias.
Além disso, reivindicações e críticas também são acatadas, desde que contribuam para a comunidade local (casos como escolas sem professor ou outros).
Mas se mesmo assim achar pouco, então enveredemos pela internet, esse espaço mais que democrático, onde qualquer pessoa pode criar um blog, site ou afim e fazer dele seu espaço para escrever o que quiser (não é espaço democrático, ministros?)
Mas já que o STF acha fácil ser jornalista, se ele quer a liberdade de expressão e qualquer pessoa pode ser jornalista sem o diploma hoje, então faremos uma experiência singela:
-- Escolhamos por 1 dia pessoas comuns na rua (que tenham o ensino médio completo), e coloquem nas redações, e vamos fazer os jornais, revistas, portais de notícia e Tvs. Será que eles começarão pela pauta? Ou então já irão para a matéria, mas sem o devido encaminhamento? Ou ainda, farão a matéria sem checar e ver o que poderia ser uma matéria denuciativa ser um caos para si próprio? Não sei, é difícil saber.
O Jornalismo não é a simples arte de escrever ou escrever bem, no ritmo, é uma tarefa complexa de trazer cotidianamente matérias com informações pesquisadas, com os cruzamentos de dados e informações, além da checagem para enfim ser vista por todos.
Os jornalistas de batente, que tem o seu diploma pelo tempo na profissão, estes são jornalistas como os que se formaram ou estão nesse processo, pois nos tempos passados, esta profissão deu sua consolidação por conta dos lutadores da formação dos profissionais vindouros. Mas os tempos são outros e a faculdade é por demais necessária, pela sua parte teórica.
Sr. ministro Gilmar Mendes e STF, julgar que o diploma exigido futuramente só será apenas para a área de saúde e técnica, porque não causam mal a vida humana, é ser ingênio demais ou apelar para a falta de inteligência ou ainda ser incentivado pelo lado das cifras. Será que uma matéria jornalística feita com dados sem checagem, que cite erroneamente um cidadão em penhor de outro não causará danos àquele sem ter nada haver??
Fica, como cita a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Associação dos Jornalistas do Mundo, o retrocesso aconteceu na casa da "justiça" brasileira. É esta justiça, já velha e viciada. Além de ser cega, surda, muda e apática !!
O Jornalismo e seus reais representantes são muito mais do que uma decisão qualquer de ministros de um tribunal !
Aqui está o protesto de um dos futuros jornalistas dessa pátria, bem como dos atuais estudantes de jornalismo do Brasil.
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* Texto de Yuri Guedes de Lavor - Bacharelando em Jornalismo UEPB
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