“Meu caro jornalista, isso me deixa bastantemente entristecido, com o coração afogado na deceptude e no desgosto. Numa hora em que eu procuro arrancar o azeite-de-dendê do estágio retaguardista do manufaturamento (...), me vêm com esse acusatório destabocado somentemente porque meia dúzia de baiacus apareceram mortos na praia”, Odorico Paraguaçu, personagem de O Bem Amado, de Dias Gomes
Em Granja, as enchentes do rio Coreaú e seus destroços se transformaram em briga política entre os Arrudas. Clã que segura as rédeas políticas de lá há 50 anos. Cenário semelhante ao da fictícia Sucupira, do bem amado Odorico Paraguaçu, faltou pouco para o prefeito Esmerino Arruda, 87 anos, esbravejar e dizer que as vaias endereçadas a ele e ao filho - o deputado estadual Gony Arruda (PSDB) -, durante uma solenidade com o governador Cid Gomes, eram obra de uma oposição “marronzista e badernenta”.
Não disse assim, mas alertou aos repórteres que o brado de uns 50 desabrigados era parte de ação “orquestrada e mercenária”, encomendada por Romeu Aldigueri. Que é sobrinho dele, ex-apadrinhado político, candidato derrotado por ele nas últimas eleições para prefeito e, agora, seu opositor de sol e chuva.
Nas palavras do veterano tucano, o sobrinho Aldigueri não passa de um ingrato. Que não tinha projeção política nenhuma e, graças a Esmerino e ao primo deputado Gony, teria sido por isso indicado para dirigir o Ibama no Ceará. E, depois, ainda assumir a cadeira principal da Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Estado (Semace) durante o governo de Lúcio Alcântara (2003-2006). Uma pessoa, de acordo com o discurso de Esmerino, “sem emprego nenhum” e que teria supostamente gastado milhões na última campanha para tentar se eleger prefeito de Granja. Esmerino falou isso pra todo mundo ouvir.
O “Cavalo de Tróia”, supostamente enviado pelo sobrinho Romeu Aldigueri, chegou exatamente no dia em que Granja recebeu, com banda de música e brita nos buracos encharcados, o governador Cid Gomes (PSB). Uma rara manhã ensolarada de um sábado de maio, dia 9 passado. Data “histórica”, já que o município virou capital por um dia do governo itinerante de Cid.
Daí, também, a decepção de Esmerino com o sobrinho. Premeditadamente ele teria encomendado as “vaias” e os oito cartazes com dizeres do tipo: “Governador, o prefeito e o filho dele não pisam em Granja”. Uma referência à dita ausência costumeira do prefeito na cidade e à ponte aérea Ceará-Rio de Janeiro traçada pelo deputado estadual Gony Arruda, criado na capital fluminense. Gony, além de ter levado cestas básicas para os famintos de Granja e pedido aos torcedores do Fortaleza e Flamengo para doar alimentos, também promoveu rifa na Assembleia Legislativa em prol dos refugiados das águas.
Preparativos
Dois dias antes da recepção ao governador, o sobrinho de Esmerino teria desembarcado na inundada Granja. Chegou, de acordo com o serviço de informação dos eleitores do prefeito, e distribuiu cédulas (que seriam de 20 reais) a pelo menos 50 desabrigados para vaiar e levantar cartazes “caluniosos” contra Esmerino e Gony.
De acordo com Esmerino, vários de seus “amigos humildes”, moradores de bairros submersos pelo Coreaú, teriam recebido também 20 reais mas não participaram do ato. “Este é o homem da Semace e do Ibama que veio se aproveitar da miséria desse povo. Fez uma campanha com helicópteros. Usando a imagem do presidente da República no adesivos com ele ao lado do Lula. Mentindo para a população ao dizer que tinha o apoio do PT”.
Fonte: Jornal O Povo.
Em Granja, as enchentes do rio Coreaú e seus destroços se transformaram em briga política entre os Arrudas. Clã que segura as rédeas políticas de lá há 50 anos. Cenário semelhante ao da fictícia Sucupira, do bem amado Odorico Paraguaçu, faltou pouco para o prefeito Esmerino Arruda, 87 anos, esbravejar e dizer que as vaias endereçadas a ele e ao filho - o deputado estadual Gony Arruda (PSDB) -, durante uma solenidade com o governador Cid Gomes, eram obra de uma oposição “marronzista e badernenta”.
Não disse assim, mas alertou aos repórteres que o brado de uns 50 desabrigados era parte de ação “orquestrada e mercenária”, encomendada por Romeu Aldigueri. Que é sobrinho dele, ex-apadrinhado político, candidato derrotado por ele nas últimas eleições para prefeito e, agora, seu opositor de sol e chuva.
Nas palavras do veterano tucano, o sobrinho Aldigueri não passa de um ingrato. Que não tinha projeção política nenhuma e, graças a Esmerino e ao primo deputado Gony, teria sido por isso indicado para dirigir o Ibama no Ceará. E, depois, ainda assumir a cadeira principal da Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Estado (Semace) durante o governo de Lúcio Alcântara (2003-2006). Uma pessoa, de acordo com o discurso de Esmerino, “sem emprego nenhum” e que teria supostamente gastado milhões na última campanha para tentar se eleger prefeito de Granja. Esmerino falou isso pra todo mundo ouvir.
O “Cavalo de Tróia”, supostamente enviado pelo sobrinho Romeu Aldigueri, chegou exatamente no dia em que Granja recebeu, com banda de música e brita nos buracos encharcados, o governador Cid Gomes (PSB). Uma rara manhã ensolarada de um sábado de maio, dia 9 passado. Data “histórica”, já que o município virou capital por um dia do governo itinerante de Cid.
Daí, também, a decepção de Esmerino com o sobrinho. Premeditadamente ele teria encomendado as “vaias” e os oito cartazes com dizeres do tipo: “Governador, o prefeito e o filho dele não pisam em Granja”. Uma referência à dita ausência costumeira do prefeito na cidade e à ponte aérea Ceará-Rio de Janeiro traçada pelo deputado estadual Gony Arruda, criado na capital fluminense. Gony, além de ter levado cestas básicas para os famintos de Granja e pedido aos torcedores do Fortaleza e Flamengo para doar alimentos, também promoveu rifa na Assembleia Legislativa em prol dos refugiados das águas.
Preparativos
Dois dias antes da recepção ao governador, o sobrinho de Esmerino teria desembarcado na inundada Granja. Chegou, de acordo com o serviço de informação dos eleitores do prefeito, e distribuiu cédulas (que seriam de 20 reais) a pelo menos 50 desabrigados para vaiar e levantar cartazes “caluniosos” contra Esmerino e Gony.
De acordo com Esmerino, vários de seus “amigos humildes”, moradores de bairros submersos pelo Coreaú, teriam recebido também 20 reais mas não participaram do ato. “Este é o homem da Semace e do Ibama que veio se aproveitar da miséria desse povo. Fez uma campanha com helicópteros. Usando a imagem do presidente da República no adesivos com ele ao lado do Lula. Mentindo para a população ao dizer que tinha o apoio do PT”.
Fonte: Jornal O Povo.
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