Poesia escrita por Aldo Monteiro

VIDA

Não sou poeta porque não faço versos
Mas tenho n'alma o cantar dos gondoleiros
Que à noite contemplando a lua
Soltam a voz de amor em serenata
Buscando o amor que dorme em meu espírito.

Onde está este amor que busco tanto?

E uma voz me responde cochichando em meu ouvido
Tu amas a miséria dos que sofrem
A dor das mães aflitas no silêncio de seus quartos
A volta do filho que partiu um dia
Em busca da vida e encontrou a morte.

Amo os homens sem trabalho
Que buscam dissimular sua dor
No trago de cachaça, ou nas drogas que lhes fazem sonhar
Ou esquecer que o filho está doente, faminto, sem escola e sem escolha
Que possa garantir-lhe melhor sorte.

Amo a criança sem lar e sem guarda,
Correndo pelas ruas a procurar por nada
Encontrando na cola ou no crack o sonho de uma festa
Que termina em lágrimas.

Amo as favelas onde o crime impera,
Buscando a inclusão à sua moda
Já que ninguém escuta seus reclamos
Que sua revolta lhes sirvam de alento.

Mas porque amar tanta desgraça?
Quero mesmo distante de tais quadros
Pedir a Deus que escute o meu clamor.

Meu Deus,
Abençoai os pobres
Tem dó das mães que sofrem, dos pais desiludidos
Que vosso amor os cubram com seu manto
Já que os homens a quem deste a sorte
Esquecem.

Aldo Marcozzi Monteiro - (*03.02.1939 +03.05.2009)


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Publicado por Alanna Moreira

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