Ai que saudade do meu Icó*

Hoje acordei saudosista, e não poderia deixa de expressar esse meu sentimento aos meus diletos conterrâneos, já que ultimamente ando importunando-os todos os dias com meus textos, divulgados aqui nesse jornal. Peço-lhe desculpas, mas não podemos cruzarmos nossos braços.

Nosso encontro hoje será diferente, no entanto recordaremos um Icó, que gostaríamos que voltasse, pena que isso é impossível. Direcionarei este texto aos meus contemporâneos.

Quem viveu no Icó na mesma época que eu e tiver a oportunidade de lê esse texto, com certeza também irá sentir saudades.

Quem não sente saudade dos torneios de Futebol de Salão na quadra do CIENTE, onde a única proteção era uma corda.

Quem não sente saudade de ter visto jogando bola: Ciço de Nêga, Guaraná, Gildivan, Andrade (com toda a sua classe), Clairton, a dupla de zaga Antonio Monteiro e Dedé de Zé de Jovino, a raça do falecido Nenê Freire, as loucuras do também falecido Berimbau, os desembestos de Zé Pereira de Adalberto (sempre acompanhados dos gritos de Ronaldo – o treinador)

Quem não sente saudade de assistir nas tardes de domingos, as partidas de futebol no campo do Geraldão.

Quem não sente saudade das inúmeras voltas ao redor da Praça Maciel Teixeira aos domingos, após a missa, a procura de uma paquera.

Quem não sente saudade dos banhos no dreno, no maitá ou na piscina do DNOCS, onde íamos de bicicleta.

Quem não sente saudade do refresco com pão de Zé Gordinho.

Quem não sente saudade da SEMIC.

Quem não sente saudade das manhãs de sol no Centro Comunitário.

Quem não sente saudade dos jogos organizados pela AUI – Associação dos Universitários do Icó.

Quem não sente saudade do cine de Boró.

Quem não sente saudade dos campos de futebol da rua larga, dos torneios em baixo dos pés de tamarindo (que o diga Fabrício Moreira).

Quem não sente saudade das festas do Cabana Club: réveillon, carnaval, Havaí e outras tantas.

Quem não sente saudade das madrugas calmas e tranqüilas de nossa cidade, onde cansei de sair do Bar de Graça de Leontina (próximo a ponte), sem a preocupação de encontrar alguém que pudesse fazer-me algo de mau.

Quem não sente saudade das palhoças no Bar de Genebaldo (na Praça Maciel Teixeira), do Catacumbar de Zé Medeiros.

Quem não sente saudade das comidas preparadas por Zilá (minha tia).

Quem não sente saudade dos discursos feitos por Cizota, no Bar de Zé Marreca, com o uso mais adequado do português.

Quem não sente saudade das festas toda sexta-feira no beco da cadeia.

Quem não sente saudade de vê Pavão, com todo o seu estilo, só para acompanhar um velório.

Quem não sente saudade da Banda de Música de João Palminê.

Quem não sente saudade das cocadas de Mundica Limeira.

Quem não sente saudade de Badalo, gritando os leilões e dando marteladas nas cabeças dos meninos que o atrapalhava.

Quem não sente saudade da professora Nilva de Urbano (com que aprendi matemática).

Quem não sente saudade de ouvi o som do pistom de Ivo de Enéia.

Quem não sente saudade do eterno boêmio icoense Pedro de João Marcos, sempre bem penteado e bem vestido.

Quem não sente saudade de ouvi Marcial tocando seu violão, no esquina do beco de Sira.

Quem não sente saudade de vê o bate boca dos fiéis freqüentadores do Bar de Zé da Bodega.

Quem não sente saudade de vê Adauto e sua banca de verduras no mercado.

Quem não sente saudade da professora Olívia, que nos ensinava a cartilha, com sua inseparável palmatória.

Quem não sente saudade da banca de jogo de Chagão, na entrada do mercado.

Quem não sente saudade de vê Padre Macedo descendo da bicicleta para fazer a curva.

Quem não sente saudade da qualhada de dona Eudócia (avó de Reubem Gondin)

Quem não sente saudade de comprar leite no curral de seu Monteira (na antiga rua 15 de novembro, hoje Francisco Maciel)

Quem não sente saudade de ouvi o sonoro peido na boca de Bertoldo.

Que saudade do meu Icó.

Se eu quisesse daria para cita bem mais do que foi citado, mas deixa para outra oportunidade.

*Texto escrito por Damião Diniz.
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Publicado por IN

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