Discutir um plano de ação para reduzir o impacto da poluição nos rios Jaguaribe e Salgado provocada pelo despejo diário de esgotos residenciais e industriais por dezenas de cidades e localidades rurais nas duas bacias hidrográficas. Esse foi o objetivo de audiência pública conjunta das comissões de Agropecuária, Recursos Hídricos, Meio Ambiente e Saúde da Assembléia Legislativa realizada, ontem, pela manhã, no auditório do Teatro da Ribeira dos Icós. O deputado estadual Neto Nunes, presidente da Comissão de Agropecuária e Recursos Hídricos mostrou-se preocupado com a situação atual em que se encontram os rios Jaguaribe e Salgado. “O quadro de poluição é elevado e esses dois reservatórios vão receber as águas da transposição do rio São Francisco”, observou Nunes.”Daí a nossa preocupação em debater ações concretas para reduzir o impacto de agressão ao meio ambiente”.
A maioria dos municípios localizados nas margens dos rios Salgado e Jaguaribe não tem sistema de saneamento básico. Os dejetos são jogados diretamente no leito dessas duas bacias hidrográficas. “Essa realidade nos causa preocupação”, frisou o presidente da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos, Cogerh, Francisco José Coelho Teixeira. “É preciso conservar, preservar e recuperar essas bacias hidrográficas, que sofrem desmatamento, assoreamento e depósito de lixo e de agrotóxicos”.
A comissão de Agropecuária e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa pretende realizar uma série de audiências públicas em municípios localizados às margens dos rios Salgado e Jaguaribe. “Ao final dos encontros vamos elaborar um documento e definir ações concretas para solucionar o problema”, observou Nunes.
São 23 municípios que estão nas margens desses dois rios. Os participantes do evento defenderam a realização de um pacto entre poder público e sociedade em favor da preservação do meio ambiente. Os deputados destacaram a necessidade de projetos de saneamento para as cidades e de liberação de recursos para implantar os sistemas de esgotamento sanitário.
O deputado Antonio Granja, presidente da comissão de saúde da Assembléia Legislativa, disse que a recuperação do rio salgado é também um caso de saúde pública, pois é preciso sanear as cidades, construindo redes de esgotamento sanitário e serviço moderno de tratamento dos resíduos sólidos. “Jaguaribe já trata cerca de 40% das águas, mas falta o restante. Outras cidades da ribeira do salgado estão com índices ainda piores”, disse o deputado.
A audiência pública ganhou importância ainda maior com a presença dos prefeitos Marcos Nunes, de Icó, Geraldo dos Santos, de Ipaumirim, Samuel Araripe, de Crato, Arnóbio, vice-prefeito de Cedro e representantes das prefeituras de Juazeiro e Aurora. Todos concordam que é preciso mobilizar recursos e forças para despoluir o salgado e recuperar suas margens, o que se espera é a concretização de bons projetos e a captação de recursos que possam viabilizá-los.
Mais informações:
Assembleia Legislativa do Ceará
Fone: (85) 3277.2500
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* Texto escrito por Honório Barbosa e Getúlio Oliveira - editor do Jornal Notícias do Vale
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