"Ó jardineira por que estás tão triste, mas o que foi que te aconteceu. Foi a Camélia que caiu do galho, deu dois suspiros e depois morreu...”. Estes versos iniciais de conhecida e eterna marchinha carnavalesca traduzem em boa linguagem o que aconteceu ao carnaval icoense. Teve rosa, flor, alegria, descontração, blocos, desfiles pelas ruas, bailes e todo animação que a festa momina recomenda. Mas tudo acabou, o carnaval deu dois suspiros e morreu, faz parte da extensa lista do Icó já teve.
Felizmente para a salvação da memória da cidade, há o glorioso patrimônio chamado Lalado. A turma, que tem como QG o bar da “Poica Pelada” na esquina da General Pirajibe com Regente Feijó, é composta por amantes da cidade e do patrimônio imaterial que se foi.
Músicos, desenhistas, compositores, cantores, técnicos em contabilidade, em computação gráfica, ex-jogadores de futebol, todos bairristas e patriotas do Icó. Bem organizada, a turma do Lalado tem calendário distribuído o ano inteiro.
Primeiro de janeiro: alvorada com banda de música; carnaval: desfile pelas ruas; semana santa: pau no galo; junho: São João animado e alegre; outubro: dia do município com banda de música na rua; dezembro: festejos do Sr. do Bonfim. Lalado ainda grita leilões, rememorando seu pai, Badalo, famoso gritador de Leilões, e participa de festas esportivas e de escolas públicas e privadas.
Todos levam a sério e obedecem as regras de Lalado e do maestro Xaxado, filho do glorioso e saudoso saxofonista Pedro de João Marcos. Todos são intelectuais, têm sempre uma história para contar e batizam tudo com Ypioca e preparados enraizados. Este ano, o desfile da Turma do Lalado foi pelas ruas do centro comercial.
Instrumentos de percussão, caras pintadas com talco ou goma, perucas e total descontração. Viva Lalado, viva a Turma do Lalado, viva Zé Pereira, viva o carnaval.
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* Texto escrito por Getúlio Oliveira (Editor-chefe do Jornal Notícias do Vale) - edição 174
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