Texto do internauta: RIO SALGADO ASSUSTA IRRIGANTES E RIBEIRINHOS

Em 1997, tive a oportunidade de visitar Brasília (DF) pela primeira vez na condição de Vice-Prefeito Municipal de Icó, eleito no certame eleitoral, que acabara de encerrar.

Como todo matuto em terra do outros, a primeira iniciativa era procurar conterrâneos ou familiares, antes das obrigações institucionais.

No primeiro dia, visitei o então bancário Diassis Pereira, que foi transferido para o Distrito Federal, em momentos difíceis da relação Banco do Brasil e seus funcionários.

Diassis não pensava outra como bom filho da terra icoense: retornar as suas origens.

Nos dias seguintes, procurei Ministérios, protocolei projetos para dá seguimento ao que se pretendia para o torrão.

Por sugestão de Simone Barreto, minha prima que hoje se encontra ao lado do pai celestial, dividindo bondade e amor infinito, passei no DF o final de semana na casa de Euler Sampaio (irmão de Simone).

Que sujeito extraordinário, com extensão a toda sua família.

Entre o saudosismo e alguns goles de cerveja bem gelada, para espalhar o calor de Brasília, descobri que Dr. Euler era Chefe de Gabinete do então Ministro da Integração Nacional, Dr. Fernando Catão, no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Principiante em política, à época, com pouco mais de 25 anos de idade, demorei a entender dá importância do meu primo em significativa função da República, inclusive que poderia, naquele momento, alocar recursos para melhorar a qualidade vida do povo icoense.

Com bom papo e boas discussões, sonhos e desejos, e principalmente espírito público, procurei saber o que o Ministério da Integração Nacional, poderia oferecer para nossa terra.

Daí restou à iniciativa para a construção dos DIQUES DE PROTEÇÃO, para combater o valente Rio Salgado, que corta o nosso Município de ponta-a-ponta, importante marco da nossa existência, mas, que em períodos de inverno, assusta as comunidades Ribeirinhas (São Geraldo, Matadouro, Senhor do Bonfim, DNER, Prainha do Salgado, São Vicente) e diversos conjuntos do Perímetro Irrigado Icó Lima-Campos, com as forças de suas águas, transformando o progresso em destruição.

Os diques de proteção da zona urbana foram construídos, em que pese à irresponsabilidade do gestor à época que não o fez a contento, mesmo com recursos federais e a custo zero para a municipalidade, fruto inclusive de investigação se todo o dinheiro daquela importante obra fora aplicado de fato e de direito.

Todavia, seria pior para os ribeirinhos do DNER até a Prainha do Salgado, sem a existência do enorme paredão de concreto.

No Perímetro Irrigado, a situação é bem mais grave. Os diques de arrimo foram todos destruídos no último inverno. Os sertanejos dos Conjuntos Pedrinhas e adjacências perderam quase todos os seus utensílios domésticos, lavoura e, por pouco, não perderam as vidas.

As chuvas já anunciam que estão de volta. Que estão chegando. O medo toma conta de muitos.

Durante várias eleições o Perímetro foi utilizado, por suas dores, como instrumento de voto.

Espero que àqueles que se aproveitaram da desgraça alheia, durante muitos anos, façam alguma coisa urgente, pois, o inverno está chegando, com ele o medo do povo do PERÍMETRO e RIBEIRINHOS do Rio Salgado.


* TEXTO ESCRITO POR FABRÍCIO MOREIRA DA COSTA
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Publicado por Jornalismo

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