"Após 43 dias de afastamento, o prefeito de Icó, Antônio Cardoso Mota (PSDB), foi reempossado no início da tarde de ontem, tirando do cargo seu vice - e atual adversário político - Jaime Júnior (PSDC). O tucano voltou à Prefeitura após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que decidiu cassar a liminar que garantia a permanência de Jaime Júnior no poder. Na cidade localizada a 358 quilômetros de Fortaleza, essa é a sétima alternância de prefeitos dos últimos oito meses: além de Jaime e Antônio Cardoso, o presidente da Câmara Municipal de Icó, Francisco Evandro de Araújo, também chegou a ocupar o cargo.
O prefeito reempossado responde a processos por falsificação de documentos, fraude em licitações, desvio e apropriação de recursos públicos e enriquecimento ilícito - crimes dos quais ele afirma não ter se defendido ainda, já que a Justiça só analisou o caso em caráter liminar. No final de 2007, o tucano foi afastado pela primeira vez, mas conseguiu se manter na Prefeitura graças a recursos. Apesar de ter conquistado mais uma vitória liminar, dessa vez em última instância, a situação ainda poderá ser revertida: os advogados de Jaime Júnior já contestaram a decisão e recorreram ao Pleno do STJ.
Ao determinar a volta do prefeito tucano ao cargo, o Superior Tribunal argumentou que seu longo afastamento poderia configurar uma antecipação da pena que poderá ser aplicada caso ele seja considerado culpado no julgamento. Segundo o promotor eleitoral Nelson Gesteira, haverá novos esforços do Ministério Público no sentido de acelerar o processo de análise definitiva da questão.
Clima eleitoral - O vice Jaime Júnior é também candidato nas eleições majoritárias deste ano. Ele disputa a Prefeitura com Marcos Nunes (PMDB), numa disputa que esquentou o clima político de Icó. Segundo o promotor eleitoral Nelson Gesteira, são muitos os casos de violência e de irregularidades. Ele disse que os 25 policiais que compõem o efetivo do município não são suficientes para acalmar os ânimos exaltados de militantes e candidatos. "Nós pedimos reforços a todas as autoridades. Mas não foi suficiente. A situação aqui está caótica". (Hébely Rebouças, especial para O POVO) "
0 comentários :
Postar um comentário