
Os dados foram divulgados pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará [Ipece] nesta terça-feira [20] e pela Secretaria de Planejamento e Gestão [Seplag] do Governo do Estado e pelo Ipece.
Todos os índices estão no Ipece/Informe nº 25 [Desempenho da Economia Cearense no 4º Trimestre e Acumulado de Janeiro a Dezembro de 2011].
Os números superaram o desempenho da economia brasileira no ano passado, que foi de 2,7%. O resultado do PIB do Ceará totalizou, em 2011, um valor de R$ 84 bilhões, resultando em uma renda per capita de R$ 9.865,00.

TRIMESTRE - No quarto trimestre de 2011, o PIB do Ceará a preços de mercado – que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos - apresentou evolução de 3,6%, contra 1,4% do nacional.
O Produto Interno Bruto é um indicador que mostra a tendência do desempenho da economia cearense no curto prazo, com base nos resultados dos três setores, Agropecuária, Indústria e Serviços, desagregados por suas atividades econômicas. A tendência, em 2012, é que a economia cearense continue a crescer acima da nacional.
Avaliada pelo Valor Adicionado [VA] a preços básicos, ou seja, sem incluir os imposto, a economia cearense cresceu, no ano passado, 5%, superando a nacional, de 2,5%. No quarto trimestre, também levando em consideração o VA, o desempenho cearense foi de 4,5% [sobre o mesmo trimestre do ano anterior], maior também que a taxa brasileira, de 1,2%. A economia cearense – observa o professor Flávio Ataliba, obteve taxas de variações maiores que as nacionais nas duas comparações [PIB e VA] e nos dois períodos, no ano e no quarto trimestre de 2011.
SETORES - Após dois anos registrando queda no Valor Adicionado, o setor de Agropecuária cearense, em 2011, apresentou um crescimento significativo de 33,9% quando comparado a 2010. Já Agropecuária brasileira cresceu 3,9% sobre 2010, destacando uma produção agrícola recorde em 2011, com uma produção nacional de 159,9 milhões de toneladas. Os resultados do Ceará e do Brasil foram influenciados pelo crescimento das lavouras, leguminosas e oleaginosas, devido às boas condições climáticas.
Em 2011 a safra de grãos cearense foi recorde e alcançou 1,3 milhão de toneladas, uma variação de 287,2% em relação à safra registrada em 2010, com destaque para o milho [422,2%], feijão [217,5%] e arroz [46,4%], citando as mais importantes, que, juntas, representaram 97,6% do total de grãos. A produção de frutas também apresentou bons resultados, dado a prática de uma agricultura diferente da tradicional, introduzindo tecnologia na produção de culturas, como a melancia [13,1%], maracujá [13%], banana [11%] e mamão [9,4%].
A Indústria cearense fechou 2011 com um leve crescimento de 0,5% sobre o ano de 2010, que foi muito bom para a Indústria, com incremento de 9,7%. Já o resultado do quarto trimestre foi o melhor alcançado pelo setor Industrial, com um crescimento de 2,9% sobre o mesmo trimestre de 2010. No caso cearense, dos quatro segmentos industriais, a Extrativa Mineral e a Transformação apresentaram variações negativas de 5,8% e 3,3%, respectivamente. As maiores variações positivas foram verificadas em Eletricidade, Gás e Água [5,2%] e Construção Civil, com 4,9%.
Em 2011, o Setor de Serviços foi novamente o sustentáculo da economia cearense, com destaque para o Comércio e Alojamento e Alimentação. O Comércio vem registrando expansão, desde 2004, no volume de vendas a varejo, influenciada pela conjuntura favorável, como a ampliação do crédito, salários com ganhos reais, uma política monetária flexível, com redução da taxa Selic. Além de promoções do segmento comercial, como a Fortaleza Liquida, tem dado suporte para a continuidade das vendas varejista cearense. Os resultados do Valor Adicionado do Comércio são fortalecidos pelas vendas do varejo medidas pelo IBGE, por meio da Pesquisa Mensal do Comércio [PMC].
Na análise do indicador simples, sem contabilizar as atividades de Veículos, motos e peças, e Material de Construção, o volume de vendas cresceu 8,0%, em 2011. Quando se inclui as atividades mencionadas, a variação cresce para 8,6% sobre 2010. Nos dois índices, a maioria das atividades acusou taxas positivas, destacando-se: equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação [21,7%]; artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos [18,3%]; Livros, jornais, revistas e papelaria [16,8%], Veículos, motos e partes e peças [10,6%].
MERCADO DE TRABALHO - O bom desempenho econômico do Ceará se espelhou para o mercado de trabalho. O Estado registrou um saldo de 57.054 empregos com carteira assinada, acumulando, de 2007 a 2011, um saldo de 287.203 vagas. O maior destaque de 2011 na geração de emprego formal foi o setor de Serviços, com a oferta de 27,9 mil empregos, seguidos pelo Comércio, com 17,9 mil vagas. Dentre as atividades que compõem os Serviços, destacaram-se as atividades de Alojamento e alimentação, com a criação de 7,2 mil postos de trabalho, e Comércio, administração imobiliária e serviço técnico profissional, com 10,9 mil empregos celetistas.
Apesar das crises, o país registrou resultados positivos nos principais indicadores do comércio exterior. Os resultados para o Ceará, de um modo geral, seguiram os nacionais, com exceção da balança comercial, que foi negativa para os quatro anos analisados, tendo em vista o volume das importações cearenses, na maioria equipamentos destinados aos investimentos em implantação no Estado. De forma geral, esses resultados foram satisfatórios para a economia crescente.
No que se refere à pauta de exportações dos principais segmentos cearense, quase todos os produtos selecionados apresentaram variações positivas. Vale citar o crescimento das exportações de Óleos brutos de petróleo e lubrificantes, com uma variação de 4.291,1% em 2011, sobre 2010.
* Com informações da Assessoria de Imprensa do Ipece
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