Após matéria no jornal Diário do Nordeste, e também de trazermos por meio de artigo o descaso com a história de Icó, o caso da recente ameaça à Altino Afonso, hitoriador e técnico da prefeitura de Icó, foi trazido pelo Jornal O Povo desta terça-feira (27). Também citou o caso o jornalista Plínio Bortolotti, também do O Povo, em seu blog.
BLOG DO PLÍNIO - Este jornalista, que esteve no inínio do ano em Icó, com matérias especiais das lendas e história da cidade, comentou o fato de descaso no Estado. Segundo ele, é necessário o Estado agir com presteza para proteger a vida de Altino. Plínio viajou ao Icó para fazer a matéria do O Povo dea terça.
Bortolotti ainda cita a situação de Icó para que não ocorra fato semelhante ao do líder comunitário José Maria Filho, que denunciava o uso abusivo de agrotóxicos na chapada do Apodi e foi assassinado. Até hoje não prenderam os assassinos e mandantes de José Maria.
--> Confira o texto do jornalista Plínio Bortolotti, que tem o título: "Um assassinato e outra morte anunciada?"
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JORNAL O POVO - Com o título: "Ameaças após tombamento em Icó", a matéria discorre sobre as ameaças contra Altino Afonso e um arquiteto do Iphan. Veja a matéria completa abaixo:
" Prédios históricos - Ameaças após tombamento em Icó
Após o tombamento de uma área de 40 hectares em Icó, duas pessoas estão sendo ameaçadas: um funcionário da Prefeitura e um arquiteto do Iphan. Os conflitos ocorrem entre proprietários de prédios históricos e órgãos de preservação
Um funcionário da Prefeitura de Icó é ameaçado de morte; um arquiteto do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) passa pela mesma situação e é obrigado a entrar na cidade escoltado por policiais.
Os dois acontecimentos são decorrentes do tombamento pelo Iphan, em 1997, de uma área de cerca de 40 hectares na região central da cidade. A partir disso, vários conflitos ocorreram entre proprietários dos prédios históricos e os órgãos encarregados da preservação do patrimônio.
O caso mais recente --> na semana passada - foi com Altino Afonso Medeiros, técnico da Prefeitura e coordenador do sítio histórico de Icó. Ele diz que ao fotografar uma construção irregular foi surpreendido pelo proprietário, que teria entrado em casa dizendo que ia pegar sua arma para matá-lo. Afonso retirou-se e o homem quis invadir o seu local de trabalho, sendo impedido por outros funcionários da Prefeitura.
Altino também é pesquisador da história de Icó, e costuma percorrer a cidade acompanhando grupos de visitantes, trabalho que ele faz voluntariamente.
Mas diz estar cansado e reclama da falta de apoio da Prefeitura e do Iphan com medo. "Pouco antes de vocês chegarem (a reportagem do O POVO) foram assassinadas duas pessoas em Icó, um foi baleado e outro foi morto a pauladas; ninguém sabe a razão e nem quem foi, fica por isso mesmo", diz, temendo por sua vida.
O arquiteto Erick Mendes Rolim, chefe do Escritório Técnico do Iphan também já passou por alguns apertos. Sem querer entrar em detalhes, pois prefere resolver as pendências "amigavelmente", Erick diz que, no ano passado, teve de entrar na cidade que visita a cada 15 dias com escolta policial, devido à ameaça de morte que recebeu. Disse que já teve o documento de notificação arrancado das mãos, já foi xingado e ameaçado.
Segundo Erick Mendes, os maiores problemas advêm com os imóveis institucionais, principalmente da Prefeitura, proprietária de vários prédios históricos. Para ele, em algumas ocasiões, a Prefeitura age por "questões políticas" em detrimento da preservação do patrimônio histórico.
Informação
O superintendente do Iphan, Clodoveu Arruda, considera grave, "mas residual" as ameaças que sofrerem os funcionários. Para ele, o que falta é as pessoas serem mais bem informadas sobre os benefícios que o tombamento para a cidade. Quando a compreensão se generalizar, ele acha que questões desse tipo serão superadas. "A agressividade não é a marca principal" do relacionamento dos proprietários de imóveis com os órgãos de preservação do patrimônio, diz ele.
Clodoveu diz que o Iphan vem preparando várias ações para revelar a importância e ajudar o desenvolvimento econômico e social do sítio histórico. Cita a reunião com pequenos e médios para desenvolver uma política econômica para a região, com ajuda do Sebrae; cursos de educação patrimonial, reabertura de financiamento para reforma de imóveis particulares e a inauguração de um cinema no Teatro das Ribeiras, que se dará brevemente.
A Altino Afonso o superintendente do Iphan não poupa elogios: "É um privilégio para a cidade ter uma pessoa como ele". O POVO não identifica o autor das ameaças por não haver nada oficial contra ele.
SAIBA MAIS
>Icó foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1997.
>A área tombada, incluindo o sítio histórico e seu entorno, tem mais de 40 hectares.
> No sítio histórico, com cerca de 260 imóveis, as exigências decorrentes do tombamento são rigorosas. São edificações comerciais, residenciais, igrejas e de instituições (prédios públicos, pertencentes, principalmente, ao município).
>Nesse local nada pode ser alterado na fachada externa, mesmo a pintura tem de seguir um padrão equivalente à original. Internamente é possível fazer algumas mudanças nas residências particulares. Para os prédios públicos e das igrejas, as restrições são maiores.
> No entorno as restrições são menos rigorosas, estabelecidas na legislação municipal, a Lei do Uso e da Ocupação do Solo.
> Em qualquer dos casos qualquer modificação nos imóveis na área tombada, mesmo no entorno, tem de ser só pode ser feita com autorização prévia do Iphan.
> Segundo o superintendente do Iphan, Clodoveu Arruda, foram aplicados R$ 5 milhões do programa Monumenta para a recuperação do centro histórico, prédios públicos e igrejas.
> O Monumenta é um programa de preservação de sítios históricos do Iphan/Ministério da Cultura, que funciona com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
> Um projeto para embutir em subterrâneos a fiação de energia elétrica e telefone no Centro Histórico já tem os recursos garantidos pelo governo do Estado, dependendo apenas do projeto da Prefeitura, segundo Clodoveu Arruda.
>A secretária da Cultura e Turismo, Jequélia Alcântara afirma que já foi dado "sinal verde" para a Coelce preparar o projeto de embutimento da fiação, que deverá ser bancado com recursos da Prefeitura.
E-Mais
HISTÓRIA
>A história de Icó começa por volta de 1682, quando chegaram os primeiros colonizadores. Em 1842 foi elevada à categoria de cidade. Icó tornou-se uma das cidades mais importantes do Ceará, com grande desenvolvimento econômico e político.
> O declínio, da qual a cidade nunca se recuperou completamente, começou em 1877, quando uma epidemia de cólera-morbo praticamente dizimou sua população.
FONTE: Guia Cultural de Icó, texto de Altino Afonso Medeiros
PROCEDIMENTO
> Em um primeiro momento a reportagem foi informada por funcionários que o prefeito de Icó, Marcos Nunes (PMDB), estaria na cidade. Pouco depois a contrainformação de que ele estaria viajando. A reportagem também não localizou na cidade o acusado de ameaçar de morte Altino Afonso Medeiros. "
BLOG DO PLÍNIO - Este jornalista, que esteve no inínio do ano em Icó, com matérias especiais das lendas e história da cidade, comentou o fato de descaso no Estado. Segundo ele, é necessário o Estado agir com presteza para proteger a vida de Altino. Plínio viajou ao Icó para fazer a matéria do O Povo dea terça.
Bortolotti ainda cita a situação de Icó para que não ocorra fato semelhante ao do líder comunitário José Maria Filho, que denunciava o uso abusivo de agrotóxicos na chapada do Apodi e foi assassinado. Até hoje não prenderam os assassinos e mandantes de José Maria.
--> Confira o texto do jornalista Plínio Bortolotti, que tem o título: "Um assassinato e outra morte anunciada?"
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JORNAL O POVO - Com o título: "Ameaças após tombamento em Icó", a matéria discorre sobre as ameaças contra Altino Afonso e um arquiteto do Iphan. Veja a matéria completa abaixo:
" Prédios históricos - Ameaças após tombamento em Icó
Após o tombamento de uma área de 40 hectares em Icó, duas pessoas estão sendo ameaçadas: um funcionário da Prefeitura e um arquiteto do Iphan. Os conflitos ocorrem entre proprietários de prédios históricos e órgãos de preservação
Um funcionário da Prefeitura de Icó é ameaçado de morte; um arquiteto do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) passa pela mesma situação e é obrigado a entrar na cidade escoltado por policiais.
Os dois acontecimentos são decorrentes do tombamento pelo Iphan, em 1997, de uma área de cerca de 40 hectares na região central da cidade. A partir disso, vários conflitos ocorreram entre proprietários dos prédios históricos e os órgãos encarregados da preservação do patrimônio.
O caso mais recente --> na semana passada - foi com Altino Afonso Medeiros, técnico da Prefeitura e coordenador do sítio histórico de Icó. Ele diz que ao fotografar uma construção irregular foi surpreendido pelo proprietário, que teria entrado em casa dizendo que ia pegar sua arma para matá-lo. Afonso retirou-se e o homem quis invadir o seu local de trabalho, sendo impedido por outros funcionários da Prefeitura.
Altino também é pesquisador da história de Icó, e costuma percorrer a cidade acompanhando grupos de visitantes, trabalho que ele faz voluntariamente.
Mas diz estar cansado e reclama da falta de apoio da Prefeitura e do Iphan com medo. "Pouco antes de vocês chegarem (a reportagem do O POVO) foram assassinadas duas pessoas em Icó, um foi baleado e outro foi morto a pauladas; ninguém sabe a razão e nem quem foi, fica por isso mesmo", diz, temendo por sua vida.
O arquiteto Erick Mendes Rolim, chefe do Escritório Técnico do Iphan também já passou por alguns apertos. Sem querer entrar em detalhes, pois prefere resolver as pendências "amigavelmente", Erick diz que, no ano passado, teve de entrar na cidade que visita a cada 15 dias com escolta policial, devido à ameaça de morte que recebeu. Disse que já teve o documento de notificação arrancado das mãos, já foi xingado e ameaçado.
Segundo Erick Mendes, os maiores problemas advêm com os imóveis institucionais, principalmente da Prefeitura, proprietária de vários prédios históricos. Para ele, em algumas ocasiões, a Prefeitura age por "questões políticas" em detrimento da preservação do patrimônio histórico.
Informação
O superintendente do Iphan, Clodoveu Arruda, considera grave, "mas residual" as ameaças que sofrerem os funcionários. Para ele, o que falta é as pessoas serem mais bem informadas sobre os benefícios que o tombamento para a cidade. Quando a compreensão se generalizar, ele acha que questões desse tipo serão superadas. "A agressividade não é a marca principal" do relacionamento dos proprietários de imóveis com os órgãos de preservação do patrimônio, diz ele.
Clodoveu diz que o Iphan vem preparando várias ações para revelar a importância e ajudar o desenvolvimento econômico e social do sítio histórico. Cita a reunião com pequenos e médios para desenvolver uma política econômica para a região, com ajuda do Sebrae; cursos de educação patrimonial, reabertura de financiamento para reforma de imóveis particulares e a inauguração de um cinema no Teatro das Ribeiras, que se dará brevemente.
A Altino Afonso o superintendente do Iphan não poupa elogios: "É um privilégio para a cidade ter uma pessoa como ele". O POVO não identifica o autor das ameaças por não haver nada oficial contra ele.
SAIBA MAIS
>Icó foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1997.
>A área tombada, incluindo o sítio histórico e seu entorno, tem mais de 40 hectares.
> No sítio histórico, com cerca de 260 imóveis, as exigências decorrentes do tombamento são rigorosas. São edificações comerciais, residenciais, igrejas e de instituições (prédios públicos, pertencentes, principalmente, ao município).
>Nesse local nada pode ser alterado na fachada externa, mesmo a pintura tem de seguir um padrão equivalente à original. Internamente é possível fazer algumas mudanças nas residências particulares. Para os prédios públicos e das igrejas, as restrições são maiores.
> No entorno as restrições são menos rigorosas, estabelecidas na legislação municipal, a Lei do Uso e da Ocupação do Solo.
> Em qualquer dos casos qualquer modificação nos imóveis na área tombada, mesmo no entorno, tem de ser só pode ser feita com autorização prévia do Iphan.
> Segundo o superintendente do Iphan, Clodoveu Arruda, foram aplicados R$ 5 milhões do programa Monumenta para a recuperação do centro histórico, prédios públicos e igrejas.
> O Monumenta é um programa de preservação de sítios históricos do Iphan/Ministério da Cultura, que funciona com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
> Um projeto para embutir em subterrâneos a fiação de energia elétrica e telefone no Centro Histórico já tem os recursos garantidos pelo governo do Estado, dependendo apenas do projeto da Prefeitura, segundo Clodoveu Arruda.
>A secretária da Cultura e Turismo, Jequélia Alcântara afirma que já foi dado "sinal verde" para a Coelce preparar o projeto de embutimento da fiação, que deverá ser bancado com recursos da Prefeitura.
E-Mais
HISTÓRIA
>A história de Icó começa por volta de 1682, quando chegaram os primeiros colonizadores. Em 1842 foi elevada à categoria de cidade. Icó tornou-se uma das cidades mais importantes do Ceará, com grande desenvolvimento econômico e político.
> O declínio, da qual a cidade nunca se recuperou completamente, começou em 1877, quando uma epidemia de cólera-morbo praticamente dizimou sua população.
FONTE: Guia Cultural de Icó, texto de Altino Afonso Medeiros
PROCEDIMENTO
> Em um primeiro momento a reportagem foi informada por funcionários que o prefeito de Icó, Marcos Nunes (PMDB), estaria na cidade. Pouco depois a contrainformação de que ele estaria viajando. A reportagem também não localizou na cidade o acusado de ameaçar de morte Altino Afonso Medeiros. "
1 comentários :
Acredito na luta do IPHAN na defesa do pratrimônio histórico e artístico do município do Icó. Sou totalmente contra qualquer tipo de ameaça ou agressão a quem quer que seja, tão pouco à alguem que zela arduamente pelo patrimônio da minha cidade. Cediço, gostaria de ressaltar que a população do icó na sua grande maioria preocupa-se sim com a preservação do patrimônio histórico e cultural. E é de assaz importância que tanto o IPHAN quanto a Secretaria de Cultura atuem de forma independente, concisa, iniludível e responsável.Afinal mais do que respeito ao passado glorioso do nosso Icó, a preservação do patrimônio histórico implica no estabelecimento de elos indeléveis entre o presente, passado e futuro.
Rudá Pereira Brasil
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