
Nestas verdades Aldo Marcozzi Monteiro sempre acreditou e no último dia 03 de maio, domingo, aos 70 anos, iniciou sua viagem de volta ao mundo da espiritualidade para ser tratado, descansar e trabalhar até a nova oportunidade de voltar ao plano do planeta de provas e expiação.
Estas verdades imutáveis se sucedem porque está escrito no plano Divinal, na justa Lei pela qual todos passarão, sem diferenciação qualquer. Intelectual, bacharel do direito de reconhecida lavra da cultura jurídica e mestre das palavras, Aldo também foi poeta, bom vivan, filho, esposo, pai e político. Aliás, a política sempre foi uma grande paixão de sua vida, muito embora, dentro de seu realismo sempre presente, tenha cultivado a ideia de que “meu tempo passou.
O povo não gosta de político como eu”, nos afirmou em entrevista concedida ao JNV. E Aldo Marcozzi foi um político de grande expressividade na vida do Icó e do Ceará. Foi o último prefeito do Icó (1983-1988) que exerceu o poder municipal como um ofício. Recebeu dinheiro, construiu, empregou e prestou contas do que gastou. Em um caderno particular, escriturava pessoalmente todos os cheques que saiam das contas da prefeitura.
Mesmo sem o aparato tecnológico dos computadores tinha, a qualquer hora, clara radiografia das contas municipais. Foi um prefeito diferenciado, sempre guardando a preocupação de manter limpo o nome da família Monteiro. Por seu jeito de ser e por suas posições decididas e sinceras teve que carregar a fama de orgulhoso, causando-lhe prejuízo político para a continuidade de suas pretensões de futuro.
Quem conheceu Aldo Marcozzi e com ele conviveu, sabia que preferia dizer não agora, que enganar, para dizer não depois, mas foi um homem dócil e viveu com simplicidade, alimentado sempre por um sentimento humanitário inabalável. O município será sempre agradecido a Aldo Marcozzi, que amou a cidade e realizou obra memorável pela educação, seja como secretário, seja como prefeito.
Acreditava no homem e dizia sempre que se a juventude fosse educada poderia ainda salvar esta cidade. Na presidência da APRECE – Associação dos Prefeitos Cearenses foi firme em suas convicções e em defesa dos municípios sem jamais temer a fúria do governo e sem a ele se curvar. Partiu e deixou exemplos e saudades.
Casado duas vezes gerou quatro filhos. De Terezinha Evangelista Monteiro nasceram: Maria Thereza, Aldo Marcozzi e Carolina Price; De Josina Maria Gurgel Moreira Monteiro, nasceu Rebeca Josefine. No dia 04, segunda, o velório foi realizado em sua própria casa, o solar dos Monteiros, onde recebeu a visita e solidariedade de todos que admiraram o homem Aldo Marcozzi.
À tarde, com o tom melancólico das tardes de chuva, foi levado ao santuário do Senhor do Bonfim, que ele tanto respeitou e venerou e depois seguiu em caminhada pela rua dos tamarindos sempre acompanhado pela chuva fina, quando finalmente foi sepultado no solo pátrio em que nasceu em 03 de fevereiro de 1939, filho do memorável homem Walfrido Monteiro Sobrinho e da senhora Josefa Ribeiro Monteiro. Descanse em paz, bom guerreiro.
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* Texto escrito e enviado por Getúlio Oliveira (editor-chefe do Jornal Notícias do Vale)
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