Obra do Canal de gravidade do Perímetro Icó-Lima Campos racha após chuva de 20mm

Uma chuva de apenas 20mm registrada na última quarta-feira [18] e um prejuízo considerável na obra de adequação do canal adutor e construção de novo canal de adução do Perímetro Icó-Lima Campos [PILC].

As rachaduras visíveis se espalham por parte da obra conhecida como Canal de Gravidade. O projeto, realizado pelo Ministério da Integração Nacional e executado pelo Diretoria Estadual do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas [Dnocs] tem orçamento de R$ 15 milhões [15.319.576,24].

O fato repercute na imprensa estadual, através dos jornalistas Eliomar de Lima, do jornal O POVO, e Antônio Viana, do jornal O Estado, além do senador Eunício Oliveira, que afirmou que "O Canal de Transposição da cidade de Icó, por exemplo, obra notadamente eleitoreira, feito às pressas entre março e novembro de 2014 pelo DNOCS e pelo Ministério da Integração Nacional, sob inspiração e inspeção do ex-governador Cid Gomes, está literalmente desmoronando".

A obra teve a assinatura da ordem de serviço realizada em 7 de março de 2014, na EEEP Deputado José Walfrido Monteiro, e previsão inicial de coclusão da obra no dia 5 de fevereiro de 2015, de acordo com extrato do contrato foi publicado no Diário Oficial da União [DOU] do dia 6 de fevereiro de 2014.

Com obras apontadas como vagarosas, em virtude do tempo estabelecido para a entrega, a situação de rachaduras no trecho apresenta como mais um motivo para indagações do prazo de término da mesma.

De acordo com informações de relatos de presente na condução da obra, o canal está sendo feito de acordo com o projeto, onde as drenagens não foram concluídas, e que fenômenos da natureza não podem ser evitados. Além disso, a obra usa concreto sobre manta e está sujeita ao que ocorreu, segundo informado.

Seja por problemas na realização ou vitimado por fenômeno da natureza, os prejuízos decorrentes na obra poderão acarretar no prazo de entrega da mesma, esperada há décadas especialmente os colonos da margem direita do Rio Salgado, onde estão os conjuntos Pedrinhas, GH 1 e 2, NH 2 e 3 e KL e são os mais prejudicados. Eles ocupam quase dois terços do perímetro e, sem irrigação, os lotes tornam-se improdutivos.
Ainda há informação de que nas Eleições Gerais de 2014 ocorridas em Icó, a obra teria sido usada para beneficiamento de um grupo político para angariar votos para uma vaga na Assembleia Legislativa cearense.
O DNOCS ainda não se pronunciou sobre o caso, que poderá ser levado por pessoas da sociedade para o Ministério Público do Ceará para avaliar a situação e caso seja confirmado o mal uso do dinheiro público, seja ressarcido e os cupaldos punidos conforme a lei.

O Perímetro Irrigado Icó-Lima Campos [PILC] foi implantado em 1973 com a idéia de transformar a economia agrícola da região Centro-Sul do Ceará. Seria a redenção para centenas de pequenos produtores. Após três décadas e meia, o quadro é totalmente adverso. Hoje os colonos enfrentam a paralisação das atividades.

Na última década, os problemas de infra-estrutura se agravaram. Houve investimentos na recuperação de parte dos canais, mas não foram suficientes para garantir a retomada da produção. Diques de proteção, parte dos canais e áreas de plantio foram quase todos destruídos.

Os dirigentes da Associação do Distrito de Irrigação Icó – Lima Campos [Adicol] confirmam as dificuldades enfrentadas pelos colonos. O perímetro foi implantado pelo Departamento Nacional de Obras contra a Seca [Dnocs] com o objetivo de produzir arroz, feijão, milho, hortaliças e frutas, além da criação de bovinos.

Tem uma área de 10,5 mil hectares [ha]. Desse total, 2,7 mil ha foram destinados para os lotes de produção, ficando o restante para reserva florestal, terras extras, canais, estradas internas, diques e áreas de moradia. Atualmente, apenas 30% estão produzindo, cerca de 800ha de forma reduzida, arroz, feijão, banana e pequena área de goiaba. Essa é beneficiada por receber água por gravidade do Açude Lima Campos.

O sistema de bombeamento está paralisado em face de defeito em algumas bombas e do acúmulo de uma dívida com a Coelce. observa. Em outras ocasiões, esse problema já foi resolvido por meio de convênio e ajuda da Prefeitura, Governo do Estado e do próprio Dnocs.
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Publicado por IN

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